Uma VPN é a melhor forma de navegar de forma anónima na Web, mas pode causar problemas, já que existem sites e serviços como a Netflix, a Amazon ou o eBay que proíbem a utilização de uma rede virtual privada para aceder aos seus conteúdos. Quando estes sites detectam que está a utilizar uma VPN, podem não só bloquear a ligação, mas também suspender a sua conta. Vamos revelar as melhores formas de contornar estes bloqueios e de manter a sua privacidade.
Ligar-se a um servidor diferente
Quando um site detecta que está a usar uma VPN e avisa que o conteúdo não está disponível no nosso país, a primeira coisa a tentar é mudar para um servidor diferente. Obviamente, se estiver a tentar aceder à Netflix dos EUA, tem de escolher um servidor nos Estados Unidos, mas é possível que o conjunto de endereços IP desse servidor específico esteja na lista de bloqueio do site. Plataformas como a Netflix e a HBO Max têm listas de endereços IP associados a VPN, para que possam bloqueá-los automaticamente. A verdade é que qualquer bom serviço de VPN actualiza regularmente os servidores para lidar com esta situação; por isso, se for bloqueado, tente ligar-se a outro serviço de Virtual Private Network.
Não é preciso pagar para ter uma boa VPN e um bom exemplo disso é o Windscribe, que tem um plano gratuito com 10 GB e uma extensão para o browser, que permite escolher entre diversos servidores nos EUA. Em alternativa, temos a versão gratuita da Proton VPN que tem também dezenas de servidores localizados em todo o mundo. Caso nenhuma destas funcione para o que quer ver, aconselhamos que faça o download de uma VPN diferente.
Limpar os dados de navegação
Embora uma VPN “esconda” o local de onde está a aceder à Internet, a partir do momento em que se liga a um servidor, os dados armazenados na cache do browser podem expor a sua verdadeira localização. Se for detectado que visitou anteriormente sites em Portugal, a partir de um endereço IP nacional, é pouco provável que, passados uns minutos, esteja nos EUA ou na Islândia.
Para evitar revelar que usa uma VPN, limpe o seu histórico de navegação, os cookies e os dados do site, antes de se ligar a um servidor. No Chrome e no Brave, vá a ‘Definições’ > ‘Privacidade e segurança’ > ‘Limpar dados de navegação’. Seleccione ‘Histórico de navegação’, ‘Cookies e outros dados de sites’ e faça ‘Limpar dados’. No Edge, encontra a opção de limpar a cache em ‘Definições’ > ‘Privacidade, pesquisa e serviços’> ‘Limpar dados de navegação’; no Firefox, é em ‘Histórico’ > ‘Limpar histórico recente….’. Outra opção, mas que nem sempre funciona, é tentar usar o modo privado/navegação anónima do browser.
Activar o “modo furtivo”
Muitas VPN oferecem um modo ou protocolo “furtivo” que pode contornar a maioria dos métodos de bloqueio. Este modo redirecciona a ligação à Internet através de um servidor especial “ofuscado” que disfarça o facto de estar a utilizar uma VPN e que faz com que pareça tráfego normal. O protocolo não será reconhecido pela tecnologia de análise de dados Deep Packet Inspection (DPI), que permite às empresas identificar que usa uma VPN. Isto acrescenta uma camada-extra de protecção à ligação encriptada, desbloqueia conteúdos restritos em sites que normalmente detectam VPN e impede que a sua conta seja bloqueada. Este é o método usados por residentes de países onde as VPN são proibidas, como a China e o Irão.
Entre as VPN pagas com esta opção estão a NordVPN; a Mullvad VPN e a Surfshark, que lhe chama ‘Modo Camouflage’. A ExpressVPN ofusca os seus dados automaticamente quando detecta que um site está a utilizar DPI; já a Windscribe tem esta funcionalidade na versão gratuita. Para a usar, basta ir à aplicação, clicar em ‘Ligação’ à esquerda > ‘Manual’, no ‘Modo de conexão’; em seguida, em ‘Protocolo’, deve escolher ‘Stealth’. A Proton VPN também tem um protocolo ‘Stealth’ nas aplicações para Android, iOS e macOS, mas a opção ainda não chegou à versão do Windows.
Alterar o método de tunnelling
Se a VPN não tiver um modo furtivo ou de ofuscação, alterar o protocolo de tunnelling (tunelamento), ou seja, o método que utiliza para ligar o seu dispositivo aos servidores, pode impedir que alguns sites detectem e bloqueiem o tráfego VPN. WireGuard, OpenVPN e IKEv2 são os protocolos mais rápidos e fiáveis, mas são também os mais prováveis de serem identificados.
No menu ‘Protocolo’ do Windscribe, verifique as definições de ligação para ver se existe outra opção mais recente que possa contornar os bloqueios da VPN. A verdade é que alguns serviços têm os seus próprios protocolos, como o Lightway da ExpressVPN e o NordLynx da NordVPN. Pode ainda usar a opção ‘split tunneling’ que permite restringir a VPN a determinados sites, programas e aplicações. Por exemplo, pode excluir a Disney+ em Portugal da VPN para que não seja impedido de utilizar o serviço no País. No Windscribe, seleccione ‘Tunelamento dividido’ em ‘Ligação’, escolha ’Exclusivo’ > ‘IPs & Nomes de host’ e introduza os domínios dos sites a excluir.
Ter um endereço IP dedicado
Se o site a que está a tentar aceder proibiu os endereços IP de todos os servidores da VPN que utiliza, a opção pode ser ter um endereço IP “dedicado” ou estático. Este é um IP único, apenas utilizado por uma pessoa, o que significa que os sites não o vão colocar na lista negra devido ao comportamento de outros utilizadores. Além disso, o IP dedicado garante que tem sempre o mesmo endereço, o que evita que os sites questionem o motivo pelo qual o seu IP está sempre a mudar e proíbam o acesso por actividade suspeita, assim como os Captcha. O único problema é que esta é uma funcionalidade paga em todos os serviços de VPN, incluído o Windscribe.