Fasxínio

Não haveria, racionalmente, razão alguma para termos mais uma aplicação de messaging social, mas parece que vamos mesmo de ter de a adoptar.

Por: António Simplício
Tempo de leitura: 3 min
Azamat E/Unsplash

É citação de rede social e é por aí que vamos: ‘A diferença entre a genialidade e a loucura é o resultado’. E é comum aceitarmos excentricidades a alguém que tenha alcançado a excelência ou fortuna. Por vezes, essa mesma excentricidade é, também, uma forma de essas figuras potenciarem os seus feitos e extrapolarem a sua relevância.

Elon Musk é, provavelmente, o maior empreendedor deste século, mas se os resultados das suas excêntricas acções originarem resultados de excêntricas quedas nas acções em bolsa das suas empresas, de que lado da ténue linha o coloca?

Eu diria que o uso de vernáculo para mandar alguém às malvas só pode ser libertador se isso não causar que a empresa que lidero perca 1,5 mil milhões de dólares de receita. E muito menos se, quando adquiri essa empresa, estava avaliada em quarenta mil milhões e, hoje, não vale metade desse valor. A excepcional inteligência de Musk parece sofrer de uma excepcional desinibição cognitiva.

A dez dias do Natal, o parto europeu da Threads pareceu uma prenda antecipada da Comissão Europeia. A plataforma social da Meta, cuja app bateu todos os recordes em número de downloads aquando do seu primeiro lançamento, parecia votada ao esquecimento meses depois, com uma queda de utilização diária dos seus utilizadores a rondar os 80%. Aqui no burgo não posso deixar de notar uma espécie de encanto no primeiro dia de lançamento. As marcas, agências e canais de comunicação, TV, rádios (e todos nós) ganharam mais um ícone para colocar no blog/site.

Musk não consegue ainda, ao dia de hoje, evitar que os utilizadores norte-americanos se refiram à plataforma como ‘Twitter’ e, apesar dele e de todas em decisões em torno da empresa, da razia nos colaboradores, das más decisões de usabilidade da aplicação e, finalmente, das declarações mal interpretadas de antissemitismo e do f*ck aos anunciantes, parece continuar a haver um fascínio difícil de explicar pelo X.

Não haveria, racionalmente, razão alguma para termos mais uma aplicação de messaging social, mas parece que vamos mesmo de ter de a adoptar.

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