Atomic Heart

Por: Pedro Tróia
Tempo de leitura: 4 min

Normalmente, não costumo fazer considerações sobre os produtos que testo, além das que são meramente técnicas. Mas, neste caso, tenho mesmo de dizer uma coisa que me fez confusão neste jogo: quando o remate de Wolfenstein foi lançado, houve algum alarido sobre a utilização de simbologia nazi e até mesmo sobre o aparecimento de Adolf Hitler numa das missões.

Por isso, por que é que não há a mesma indignação com a utilização de simbologia da União Soviética e a glorificação de uma suposta sociedade avançada com base nesse regime, ainda que seja tudo imaginário (tal como acontecia em Wolfenstein)? Enfim…

Robôs trabalhadores
Atomic Heart passa-se numa versão da União Soviética em que a classe trabalhadora foi substituída por robôs controlados por uma rede chamada Kollectiv 1.0. Anos depois, quando a rede está a ser actualizada para a versão Kollectiv 2.0 (que permite que todos se liguem através de um implante cerebral), algo corre mal e os robôs começam a exterminar todos os humanos.

Para descobrir o que aconteceu e tentar resolver o problema, é chamado o discípulo do criador do Kollective, major Sergei Nechaev, acompanhado de uma IA, a Charles, que vive na luva que tem na mão esquerda e que lhe permite fazer coisas que um humano normal não consegue.

O jogo tem dois tipos de cenários: um mais linear, em que o nosso major tem um caminho claro; e cenários de mundo aberto, onde temos há vários objectivos a cumprir, que são opcionais. Sergei Nechaev tem um conjunto de armas à disposição, que, para poderem ser usadas, têm de ser criadas em terminais espalhados pelo mapa.

Aqui, além de podermos fazer munições e aperfeiçoar as armas, também conseguimos acrescentar e melhorar as funcionalidades da IA, que abrem novas capacidades de combate à personagem. Contudo, é necessário fazer uma gestão cuidada do inventário, porque o espaço é limitado e as próprias armas ocupam o mesmo espaço de tudo o resto que tem de transportar.

Em relação aos inimigos, os tais robôs que querem matar toda a gente, são de vários tipos, desde os simples ajudantes de laboratório a máquina mais complexas e fortes – mas todos têm um aspecto algo surreal, como quase tudo o que se passa no jogo.

Preso no cenário
A qualidade dos gráficos de Atomic Heart é excelente: tudo é vibrante e colorido. No entanto, há que resolver alguns problemas com os mapas: fiquei vezes demais preso no cenário e tive de carregar o último checkpoint. Isto é um inconveniente, porque só se pode gravar a progressão em terminais especiais espalhados pelo mapa.

Uma nota final para a banda sonora, que é simplesmente fantástica.


Editora: Mundfish

Distribuidora: Ecoplay

Disponível para: PC, Xbox (One, Series S e X), PS4, PS5

Preço: €69,99 (consolas), €59,99 PC (Steam)


Sou director da PCGuia há alguns anos e gosto de tecnologia em todas as suas formas. Estou neste mundo muito por culpa da minha curiosidade quase insaciável e por ser um fã de ficção científica.
Exit mobile version