Segundo uma notícia da revista New Scientist, o grupo de pesquisas de fotossíntese do Howe Lab da Universidade de Cambridge, conseguiu manter um computador a funcionar durante seis meses recorrendo a uma colónia de algas chamadas Synechocystis, que estavam fechadas um recipiente do tamanho de uma pilha AA.
O dispositivo em questão não era um poderoso computador para jogos, ou um modesto PC de entrada de gama. Era um dispositivo baseado num processador Cortex M0+ da Arm, que é usado habitualmente em dispositivos Internet of Things (IoT). Esta fonte de alimentação orgânica, foi instalada junto a uma janela e conseguiu alimentar o dispositivo de Fevereiro a Agosto de 2021, tendo conseguido produzir energia eléctrica continuamente durante todo o período.
Researchers in the @CJHoweLab , led by Corpus Fellow Professor Chris Howe, and including PhD student @scaralbi – have used a widespread species of blue-green algae to power a microprocessor continuously for a year – and counting. https://t.co/ygU4u6QKPX
— Corpus Christi (@CorpusCambridge) May 13, 2022
Durante todo esse tempo, o processador Arm executou cálculos constantes para simular o funcionamento no mundo real e, ao mesmo tempo, mediu também a quantidade de corrente eléctrica produzida pelo sistema orgânico. O fornecimento de energia nunca foi interrompido durante os seis meses e as cianobactérias presentes na fonte de alimentação continuaram a produzir energia, mesmo depois de a experiência ter acabado. O dispositivo consegue funcionar mesmo na ausência de luz, provavelmente porque as cianobactérias continuam a processar o seu alimento.
A equipa pensa que a energia eléctrica é vem das cianobactérias, que produzem electrões, ou por as bactérias criarem as condições para que se produza uma reacção química que corrói o ânodo de alumínio que está no recipiente, libertando electrões.
Embora esta experiência não conduza à criação de fontes de alimentação para dispositivos mais potentes, demonstra muito potencial no mercado dos pequenos dispositivos IoT, um sector que pode chegar a 1 bilião de dispositivos instalados em 2035, tornando a sua alimentação pelos meios tradicionais menos prática. Esta tecnologia também pode ser usada para alimentar sensores ambientais ou carregadores para telefones que funcionem em locais remotos onde a rede eléctrica não chegue.