Chernobylite

Por: Pedro Tróia
Tempo de leitura: 4 min

Quem, como eu, gostou da série de jogos S.T.A.L.K.E.R. (editados entre 2007 a 2009, com um novo episódio a ser lançado este ano), vai gostar de Chernobylite. Tal como S.T.A.L.K.E.R., passa-se na zona de exclusão à volta da centra nuclear de Chernobyl e aqui também temos de procurar materiais para nos ajudar a sobreviver, criar armas e melhorar a nossa base de operações. Mas as semelhanças acabam aqui.

Em Chernobylite, o herói é Igor, um ex-empregado da central que procura a sua mulher desaparecida aquando do acidente nuclear. Neste jogo, tudo o que faz tem repercussões na forma como o jogo se desenvolve: influencia as pessoas que encontra, os combates e a dificuldade em encontrar a mulher de Igor.

Apesar de a história ir buscar muitos elementos a S.T.A.L.K.E.R., as raízes da mecânica de jogo de Chernobylite estão noutro clássico: Metal Gear Solid. A força só deve ser usada em último caso e, mesmo assim, deve sempre tentar fazer o mínimo de ruído possível. Por isso, temos de perder tempo a estudar os inimigos para lhe conhecer os percursos e conseguir evitá-los; a alternativa é eliminá-los sem alertar os outros.

Em Chernobylite, o jogador volta várias vezes aos mesmos cenários para cumprir diferentes tipos de missões, como recolher alguns materiais para construir novas armas e melhorar as condições de vida na base. Ao melhorar a base, vai também aumentar o estado de espírito dos seus companheiros, o que faz com que eles próprios cumpram de forma mais fácil as missões que lhes confia. Por falar em companheiros de luta, outro tipo de missões que pode levar a cabo são as de recrutamento. Nestas, tem de encontrar alguém que o contacta via rádio e fazer qualquer coisa para as trazer para o seu lado, o que lhe vai facilitar a vida no fim do jogo.

Uma coisa curiosa em Chernobylite é o facto de não poder disparar as armas sem fazer mira com o botão direito do rato. Isto pode parecer estranho a quem já joga shooters há muito tempo e, de certeza, que vai valer alguns recomeços no jogo.

Há mais duas coisas dignas de nota em Chernobylite: a primeira é a narração. A história é muito boa, e bem escrita, mas o voice acting (em inglês) parece um daqueles filmes de Hong Kong dobrados por actores de terceira classe. A versão em russo está muito melhor, por isso aconselho a jogar deste modo e com legendas.

A segunda são os gráficos: Chernobylite é um jogo muito bem parecido, com muitos reflexos e uma iluminação muito bem conseguida. Os gráficos são excelentes (a editora diz que digitalizou grande parte da área que rodeia a central de Chernobyl e a cidade-fantasma de Pripyat) para uma produção que não vem de um grande estúdio.


Editora: The Farm 51

Distribuidora: All in Games

Disponível para: PC Windows, PlayStation, Xbox

Preço: €29,99 (PC, Xbox, PlayStation)


Sou director da PCGuia há alguns anos e gosto de tecnologia em todas as suas formas. Estou neste mundo muito por culpa da minha curiosidade quase insaciável e por ser um fã de ficção científica.
Exit mobile version