A BEREC, a agência europeia que reúne os vários reguladores de telecomunicações dos países membros, fez saber esta semana que não têm ocorrido problemas de congestionamento das comunicações via Internet na Europa, desde o início da crise do Coronavírus.
A agencia diz também que, apesar do tráfego nas redes fixas e móveis ter crescido significativamente, não se registaram nenhuns problemas de maior na Europa, por esgotamento da largura de banda disponível.
- Publicidade -
Esta informação vem no seguimento de vários especialistas terem previsto que a infra-estrutura pudesse não aguentar o aumento de tráfego causado pelo facto de muitos utilizadores estarem em casa de quarentena na maioria dos países europeus.
A agência também fez saber que ocorreram alguns problemas “locais e temporários” em certas zonas, mas que foram resolvidos rapidamente e não foram considerados “fora do normal”.
A agência também louvou os operadores de telecomunicações de alguns estados membros, pela implementação de medidas amigas dos consumidores, como o aumento dos limites de tráfego nos pacotes de dados disponíveis nas subscrições, durante o período de quarentena.
Ainda segundo a BEREC, o tráfego de Internet na Europa não só estabilizou, como também se reduziu nas horas de mais consumo, em alguns países da UE. A agência afirma que isto se ficou a dever às medidas de redução de tráfego implementadas por alguns fornecedores de conteúdos.
Há duas semanas, a UE pediu formalmente aos serviços de streaming para reduzirem a qualidade da imagem nos mercados europeus, para impedir que a infra-estrutura de Internet entrasse em colapso por causa da maior procura.
- Publicidade -
O Netflix e o YouTube foram os primeiros a responder ao pedido e, na semana passada, começaram a distribuir os seus streams com menor qualidade de imagem na Europa. No caso do YouTube, todos os vídeos são reproduzidos em SD por defeito e no caso do Netflix foi reduzido o bitrate do vídeo mas não a resolução.
O YouTube acabou por estender a medida aos utilizadores em todo o mundo e não só na UE.
A Amazon Prime Video, Disney+ (ainda não disponível em Portugal) e o Facebook responderam ao pedido da BEREC mais tarde, mas também reduziram a qualidade dos vídeos que servem na Europa.
A Akamai, Microsoft e a Sony, apesar de não terem recebido um pedido directo da UE, também decidiram limitar a largura de bando nos downloads de jogos para evitar congestionamentos quando é lançado um novo jogo ou actualização que tenha de ser distribuída a milhões de utilizadores.
Apesar de tudo, alguns especialistas vieram criticar o pedido da BEREC, denominando-o “pânico desnecessário”. Vários fornecedores de serviços dizem que as principais vias de comunicação da Internet (backbone) foram pensadas especialmente para momentos como o que estamos a viver e foram desenhadas para suportar volumes de tráfego muito altos e súbitos.