Jogos em buffet ou ao menu?

Por: André Gonçalves
Tempo de leitura: 3 min

O ano de 2019 foi o ano de referência para o lançamento de serviços de jogos por subscrição. Por stream ou download, surgem associados a editoras, empresas de serviços on-line e software e até mesmo fabricantes de consolas e eletrónica de consumo. Em multiplataforma ou agregados a um produto específico, estes serviços prometem entregar muito valor a troco de uma mensalidade.

A onda de reinventar do Netflix para os videojogos aparenta ser o ‘the next big thing’. Mas um filme de alto orçamento (salvo raras exceções) passa por vários estágios no seu ciclo de vida. Nas salas de cinema, consegue extrair a sua maior fonte de receitas; seguem-se os canais de venda física e digital e por último a entrada nos serviços de subscrição. Mas, já desde do século passado, que os videojogos não contam com as versões de Arcade (o equivalente ao estágio de cinema nos filmes) onde, nos salões de jogos, se cobrava uma moeda por cada experiência.

Por isso, o canal de venda física e mais tarde o digital tornaram-se o centro da rentabilidade dos videojogos. Essa alteração do mercado de foco da rentabilidade alterou radicalmente a forma e a natureza dos jogos, tornando-os mais diversificados, profundos e complexos. Oferecendo experiências muito menos presas à necessidade de estímulo constante e gratificação instantânea típicas dos jogos de Arcade. Estes novos jogos atingem finalmente o estatuto de arte, com experiências que justificam investimentos de tempo e dinheiro muito acima de qualquer outra forma de entretenimento.

Com a introdução dos modelos de jogos por subscrição teremos uma fase de avultados benefícios para todos os amantes dos jogos, pois todos os grandes títulos produzidos para justificar um investimento de setenta ou mais euros de compra passarão faseadamente a estar disponíveis pelo custo da mensalidade.

Mas, se todos percebemos a diferença entre um grande filme e um telefilme, muito mais facilmente iremos reconhecer os primeiros jogos pensados de raiz para o mercado de subscrições onde a rentabilidade da venda direta não foi assegurada previamente.

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Se não pensares nisso, alguém vai fazer-lo por ti.
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