Control

Por: Pedro Tróia
Tempo de leitura: 6 min

Control, o último jogo vindo da Remedy Entertainment que já nos tinha trazido Alan Wake e Quantum Break é um dos títulos mais estranhos que tive o prazer de jogar no meu PC nos últimos anos. 

A primeira coisa com que o jogador se depara é com um edifício de escritórios vazio de actividade, mas com corpos de pessoas suspensos no ar, que estão constantemente a falar baixinho, como se estivessem a rezar a um qualquer deus desconhecido. Inicialmente o cenário é algo perturbador, mas depressa habituamo-nos à sua presença. Visualmente. A parte sonora é mais complicada e ao fim de algum tempo a lenga-lenga torna-se cansativa. Há sempre a hipótese de os calar…
…à força.

Mas a estranheza de Control não se fica por aqui, este jogo podia chamar-se “X-Files The Game”, ao longo da nossa viagem vamos encontrando seres com várias habilidades sobrenaturais que nos vão tentar impedir de progredir e também um conjunto de objectos mágicos que nos dão a possibilidade de fazer coisas novas. O primeiro dos quais é uma pistola que tem balas infinitas.

Tudo isto contribui para um ambiente fantástico, para o qual também contribui a utilização extansiva de luz e sombra e a simulação de grão que aparece normalmente quando se usa filme.

Em Control o jogador assume o papel de Jesse Faden que aparece no edifício sede do Federal Bureau of Control, uma entidade governamental que estuda o sobrenatural, para uma entrevista de emprego. Mas muito pouco tempo depois Jesse transforma-se na directora da organização, porque o director mata-se com a ‘arma de serviço’ (a tal pistola de que falei há pouco), e Jesse pega nela. O problema é que, tal como aconteceu com Excalibur, a espada que apenas Artur conseguiu tirar da pedra e que o transformou em rei da Inglaterra, também a ‘arma de serviço’ apenas pode ser usada por um número muito restrito de pessoas. E quem a usa é automaticamente o director da do Federal Bureau of Control.

Nesse momento o FBC é atacado por uma força paranormal chamada ‘Hiss’ que toma o controlo das instalações (daí os corpos suspensos no ar) e os empregados foram transformados em Zombies e algumas áreas do edifício foram tomadas por fenómenos inexplicáveis.

Todo o jogo passa-se no edifício do FBC. O cenário está muito bem construído e é muito credível em termos de look and feel. Tal como na realidade há filas intermináveis de cubículos, gabinetes, salas de reunião e laboratórios onde são estudados objectos com poderes sobrenaturais. Tudo está cheio de objectos que podem ser encontrados em edifícios de escritórios em qualquer parte do mundo. Mas também há coisas estranhas, como posters que o avisam para fenómenos que podem afectar a passagem do tempo e cassetes VHS para formação em vários aspectos do sobrenatural.

Apesar de se passar dentro do edifício, Control é essencialmente um jogo de mundo aberto. O jogador tem liberdade completa para explorar as instalações, mas algumas das áreas estão fechadas até conseguir obter um determinado poder ou quando atinge um certo nível de segurança. O mapa de jogo não empurra a nossa personagem para nenhuma direcção em particular e, por isso, é muito fácil de se perder. Principalmente no início quando ainda não conhece os cantos à casa. Outra coisa que é estranha de encontrar dentro do edifício é a quantidade de ambientes diferentes por onde passa.

[ngg src=”galleries” ids=”6″ display=”basic_slideshow”]Um dos aspectos diferencia Control dos outros jogos deste tipo é os poderes que vai desbloqueando à medida que vai progredindo. Quando os tem todos, Jesse transforma-se em algo semelhante a uma super-heroína. Mas também para bater os inimigos mais complicados terá de utilizar esses poderes inteligentemente e em conjunto para obter efeitos diferentes.

Um dos pontos menos conseguidos em Control é que nem é bem um RPG nem um shooter. Os inimigos aparecem aleatoriamente e ao fim de algum tempo, o combate torna-se repetitivo. Para tentar resolver este problema, Control tem um sistema de ‘fast-travel’ que permite contornar alguns combates. No entanto isto acaba também por negar qualquer tipo de exploração que o jogador possa querer fazer.

Mas o pior do sistema de combate é mesmo os confrontos com os bosses. Aqui as coisas estão claramente desequilibradas e para além do mauzão, ainda temos de eliminar vaga após vaga de ‘minions’ que nos atacam de todas as direcções. Simplesmente é um problema de balanceamento dos combates.

Visualmente este jogo merece ser jogado em PC com uma gráfica Nvidia com Ray Tracing. A luz está simplesmente fantástica e contribui decisivamente para a atmosfera do jogo.


Editora: Remedy

Contacto: controlgame.com

Disponível para: PC, XBox One, Playstation 4


Sou director da PCGuia há alguns anos e gosto de tecnologia em todas as suas formas. Estou neste mundo muito por culpa da minha curiosidade quase insaciável e por ser um fã de ficção científica.
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