Falta de processadores Intel pode afectar o crescimento do mercado dos PC

Por: Pedro Tróia
Tempo de leitura: 3 min

Nos últimos dias têm surgido várias notícias problemas na distribuição de processadores por causa de problemas de produção que a Intel tem tido. Esperava-se que o impacto desses problemas fosse algo diminuto, mas não parece ser o caso. De acordo com informação publicada pelo banco de investimento JP Morgan, estes problemas podem levar a uma quebra na venda de computadores pessoais que pode chegar aos 7 por cento no último trimestre deste ano.

Esta quebra pode inverter a recuperação do mercado dos PC que começou em 2017, após seis anos seguidos de quebras nas vendas. No último trimestre de 2017 as vendas de PC aumentaram 0,7 por cento, com um total de 70 milhões de máquinas vendidas em todo o mundo. No entanto, o ano acabou por fechar com uma redução de 0,2 por cento. A falta de processadores pode corresponder a menos 4,92 milhões de unidades vendidas, o que corresponde a uma quebra de 3,53 por cento, se utilizarmos os números do ano passado como base. Para acrescer a este problema, a falta de processadores não podia ter acontecido numa altura pior, porque há sempre um aumento de vendas sazonal no último trimestre de cada ano.

Segundo a JP Morgan, a falta de processadores começou no terceiro trimestre do ano e tem vindo a aumentar, atingindo o valor máximo no último trimestre de 2018. Segundo o porta-voz deste banco de investimento, os efeitos do problema deverão fazer-se sentir principalmente no segmento dos computadores topo de gama, onde “substituir os processadores Intel por AMD é mais difícil”.

A IDC tinha previsto um crescimento de 2,7 do mercado mundial dos computadores pessoais no segundo trimestre deste ano, o maior crescimento desde 2012.

Para a Intel esta situação pode ser algo arriscada porque pode fazer com que os potenciais compradores de computadores comprem máquinas equipadas com CPU da rival AMD. Os fabricantes que têm encomendas por satisfazer podem procurar formas de satisfazer a procura noutros lados.

Segundo a Intel, a situação deve-se uma procura crescente, o que não deve ser o caso, face aos problemas de fabrico de componentes que utilizam o método de 10nm.

Sou director da PCGuia há alguns anos e gosto de tecnologia em todas as suas formas. Estou neste mundo muito por culpa da minha curiosidade quase insaciável e por ser um fã de ficção científica.
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