A UpHill foi criada pelos médicos Eduardo Freire Rodrigues, Duarte Sequeira e o Luís Patrão que estavam «inconformados com a arbitrariedade dos cuidados de saúde». Assim, a startup nasceu para ser o «lugar onde profissionais de saúde, engenheiros e profissionais de outras áreas de especialização estão a construir o futuro da saúde», como explica Eduardo Freire Rodrigues, co-fundador e CEO da UpHill. O responsável realça ainda o que pretendem criar: «Capacitamos pessoas para prestarem e receberem os melhores cuidados. E isto significa criar tempo, o tempo de que as equipas de saúde precisam para realizar o seu propósito e concentrar-se nos doentes que mais precisam. E o tempo de que os doentes precisam para viver com qualidade».
Seguro e fiável
A UpHill desenvolve software e conteúdos médicos para orquestração e automação de jornadas de cuidados em hospitais e outras instituições de saúde e recentemente a sua plataforma foi certificada como dispositivo médico classe IIa na Europa, uma classificação que garante que o software é fiável e seguro. A startup portuguesa é «uma das primeiras europeias de software» a garantir esta certificação e Eduardo Freire Rodrigues esclarece a importância da mesma: «É a prova do compromisso da UpHill com a segurança do paciente e a excelência clínica. O processo envolveu, não apenas um investimento financeiro significativo, de cerca de meio milhão de euros, mas também um grande esforço colectivo da nossa equipa. Mais que um simples reconhecimento, reflecte a nossa visão estratégica de alinhamento com os requisitos regulatórios mais exigentes».
Isto significa um «factor-chave na decisão» para «hospitais que estão a considerar uma solução de orquestração de cuidados», já que «garante que os prestadores de cuidados estão a investir em tecnologia de ponta, validada de forma independente e projectada para garantir a máxima segurança do paciente e eficiência operacional», acrescenta o empreendedor.
Futuro passa pela internacionalização
Até ao momento, a UpHill levantou três rondas de investimento: em 2019, no valor de 600 mil euros; em 2021, no valor de 3,5 milhões de euros; e em 2024, no valor de 7 milhões de euros. Actualmente, a equipa tem «sessenta colaboradores» e o responsável diz que a startup «continua à procura de perfis para as equipas de engenharia, médica, desenvolvimento de produto/negócio e implementação de projectos» – é possível consultar as vagas abertas no site da startup. Quanto aos planos de internacionalização, o CEO salienta que isto será feito através do «produto, com a implementação em instituições hospitalares internacionais», e de «equipas de carácter local em localizações chave». Assim, «Espanha e Reino Unido são os mercados prioritários para a UpHill» sendo que que já, a startup está já a trabalhar no país vizinho.
Sobre a escolha destes mercados, no caso do espanhol, a «grande proximidade» e a «estratégia nacional para integração e coordenação de cuidados muito alinhada com a visão da UpHill» foram determinantes; já o Reino Unido tem «muitas semelhanças com o SNS português», nomeadamente no que se refere à «falta de capacidade de resposta e profissionais de saúde» e às «listas de espera, que crescem consistentemente».
Já sobre o futuro, as ambições são globais: «Queremos ter impacto no maior número de vidas possível – tanto de profissionais de saúde, como de utentes – e estamos a criar as ferramentas necessárias para melhorar a qualidade dos cuidados de saúde em todo o mundo, posicionando a UpHill enquanto plataforma líder, que centraliza os melhores cuidados e permite a sua adopção».