Numa conferência organizada esta semana pela Audigest (a entidade nacional de gestão colectiva dos direitos dos produtores fonográficos), que juntou vários artistas e responsáveis do sector da música, a conclusão foi unânime: «É necessária mais regulamentação e protecção dos direitos de autor».
O momento serviu para discutir os «riscos, oportunidades e potenciais impactos das tecnologias emergentes», em concreto da inteligência artificial, apontada por Mário Cruz, adjunto do gabinete do Ministro da Cultura como um recurso que pode «violar os direitos» dos artistas.
Sobre este uso «indevido» de IA na música, Paulo Furtado (The Legendary Tigerman) deixou bem claro não ser aceitável que a IA «faça arte e escreva uma canção sem intervenção humana», uma vez que os artistas não querem ser «ameaçados pelo uso desregulado» desta tecnologia.
The Legendary Tigerman foi mesmo a voz mais crítica sobre este tema: «Tirar a parte humana da equação é desaparecer com o conceito de arte. Sem artistas não há arte». Para Miguel Carretas, diretor-geral da Audiogest, o problema vai além disto: «Há falta de informação, de diálogo, de debate e de acções/fóruns onde se possam discutir estes assuntos».
Lembre-se que, actualmente, e além da geração de texto ou imagens, as plataformas de IA mais avançadas já conseguem criar vídeo e músicas de raiz, assim como clonar vozes para cantar.