Os processadores, as placas gráficas e os tipos de memória podem ir e vir, mas há um facto que nunca muda: todos precisam de um fornecimento constante e estável de energia. A regra principal é nunca poupar no momento de comprar uma fonte de alimentação por duas razões: a primeira é que a par dos monitores, as fontes de alimentação são daqueles componentes que têm um tempo de vida longo. A segunda razão prende-se com a segurança. Os componentes da fonte têm de ser fiáveis e o dispositivo deve ter o máximo de protecção possível para evitar acidentes mais ou menos graves.
No entanto, navegar pela oferta no mercado das fontes de alimentação pode ser desafiador, uma vez que existem inúmeras marcas que prometem uma variedade de potências e funcionalidades, tudo isto enquanto fazem promessas de eficiência e estabilidade. A qualidade das fontes de alimentação melhorou muito nos últimos anos, de tal forma que é relativamente fácil encontrar uma boa fonte de uma das marcas bem estabelecidas. Ainda assim, há alguns aspectos a considerar. Nós damos uma ajuda.
Funcionalidades principais a ter em conta
Muitas unidades de alimentação modernas (ou PSU), parecem incluir tudo e mais alguma coisa, por isso não há nada como simplificar o que realmente importa ter.
Potência: A primeira coisa a considerar é o tamanho ou capacidade da PSU de que necessita para o seu PC. Para um sistema padrão, é preciso focar-se no consumo de energia combinado da sua placa gráfica e processador e adicionar aproximadamente uma margem de 50-60% para ter em conta picos de energia, envelhecimento da fonte e os níveis de ruído. Os processadores e placas gráficas modernas tendem a ter um consumo de energia de pico momentâneo muito elevado. Uma unidade com dez anos não consegue fornecer a mesma quantidade de energia que fornecia quando era nova. Quanto ao ruído, considere que uma fonte de alimentação totalmente funcional provavelmente será ruidosa se estiver perto da sua carga nominal. Aqui estão algumas estimativas básicas aproximadas. No entanto, recomendamos que procure o consumo de energia de pico do seu setup específico.
550 W: PC de baixo custo com placa gráfica integrada no CPU ou placas gráficas de gama baixa.
650 W: Ryzen 5, Core Ultra 5 CPU e uma placa gráfica GeForce RTX 5060 Ti ou Radeon RX 9070.
750 W: Ryzen 7, Core Ultra 7 com uma gráfica GeForce RTX 5070 / 5070 Ti ou uma Radeon 7900 XT.
850 W: Ryzen 9, Core Ultra 9 com uma gráfica GeForce RTX 5080, Radeon RX 9070 XT ou Radeon XT 7900 XTX.
1000 W: Ryzen 9, Core Ultra 9 com uma placa gráfica GeForce RTX 5090.
Eficiência: mede a relação entre a quantidade de energia consumida pela fonte e o que ela realmente entrega aos componentes. Deve escolher uma fonte de alimentação tão eficiente o quanto puder pagar para poupar na conta de electricidade e não desperdiçar energia ao longo do tempo. O sistema de classificação mais comum é denominado 80 Plus, com graus que vão do Bronze ao Titanium, enquanto algumas unidades mais sofisticadas seguem a certificação Cybenetics mais rigorosa. Como regra geral, não aconselhamos a compra de qualquer fonte com uma classificação inferior a 80 Plus Gold, a menos que não possa mesmo gastar mais.
Garantia: O fabricante da fonte de alimentação tem de oferecer, pelo menos, uma garantia de 5 anos para modelos de gama média e alta. As unidades mais sofisticadas podem ter até 10 anos de cobertura de garantia, concedendo uma década de paz de espírito e permitindo a reutilização da fonte num novo sistema. Por experiência própria há evidências de uma relação maioritariamente directa entre a duração da garantia e a qualidade da fonte.
Cabos: É recomendável a compra de uma fonte de alimentação modular, a menos que haja uma restrição orçamental severa. “Modular” significa que os cabos da fonte são destacáveis e só liga os que precisa. Nas fontes não modulares, para além do factor de incómodo de encontrar um local na caixa para guardar todos os cabos que não está a usar, acabará por poder ter um fluxo de ar mais restrito devido à quantidade de cabos não utilizados. Se for proprietário de uma placa gráfica GeForce RTX de gama alta com a ficha de alimentação 12VHPWR, procure uma unidade com suporte nativo para a norma ATX 3.1, porque são estas fontes que incluem este novo tipo de cabos, o que permite evitar os adaptadores por completo. Isto é aconselhável por causa dos relatos de problemas de sobreaquecimento dos cabos que desde há anos têm circulado pela Internet
Formato: O formato padrão para uma fonte de alimentação é ATX. Se quiser montar um PC num chassis de formato pequeno (SFF), no entanto, poderá precisar de procurar fontes de alimentação SFX. As fontes mais sofisticadas, como a série RMx Shift da Corsair, têm as suas portas de alimentação viradas para o lado, tornando o trabalho de organização dos cabos potencialmente muito mais fácil, se o seu gabinete o permitir.
Níveis de ruído e tamanho da ventoinha: Escolha um modelo que seja o mais silencioso possível. Se o espaço na sua caixa não for um problema, é preferível escolher uma fonte com uma ventoinha com mais de 120 mm. As unidades de gama mais alta desligam completamente a ventoinha sob cargas baixas a médias, tornando-as bastante silenciosas.
Em conclusão
Se há um componente para o PC em que não deve poupar dinheiro é na fonte de alimentação, porque, como foi referido acima, se escolher bem, pode durar muito tempo, talvez dois ou três updates do hardware do PC, antes de ser necessário trocá-la. Outra coisa a ter em atenção é a potência para que consiga fornecer energia suficiente aos componentes sem entrar em carga excessiva.