É uma tecnologia que promete poupar tempo gasto pelos médicos em burocracias: são «cerca de trinta milhões de horas desperdiçadas nestas funções», no SNS, garante a Medgical. A plataforma de IA criada por esta empresa nacional quer acabar esta realidade e fazer com que haja «mais tempo para os doentes».
«O médico pode sair detrás do computador e sentar-se à frente do doente, falar livremente com ele, sem se preocupar com as notas que tem de tirar». Isto acontece, uma vez que a Medgical tem como base um «microfone de mesa» que grava a conversa com os pacientes. Depois, no final, a pedido do médico, são geradas «notas em vinte segundos».
Segundo Bruno Castilho, co-fundador e CEO desta empresa, basta, depois, «copiar a informação para o processo clínico» do doente e «apagar toda a informação da plataforma», dado que a Medgical não guarda as gravações e as notas feitas durante a consulta. A empresa tem uma demo do processo, que pode ser vista no vídeo em baixo.
«Não há softwares, não há hardware, a não ser o microfone e não há necessidade de integração com nada que já exista», ressalva Bruno Castilho, que aponta uma realidade capaz de gerar mais lucros a clínicas e hospitais: «Se tivéssemos 20% dos médicos no País a usar a aplicação, seria possível fazer mais 2,5 milhões de consultas».
Sobre os médicos que já usam a Medgical, o CEO diz que «já não querem voltar atrás»; a plataforma está em fase de testes desde 2 de Setembro na Joaquim Chaves Saúde, sendo usada por «cinco os médicos de cardiologia», além das especialidades de «medicina geral e familiar».
Nos próximos tempos, o objectivo passa por «alargar» a Medgical (que surge da junção das palavras ‘medic’ e ‘magical’ – ‘médico’ e ‘magia’) ao «máximo de especialidades e de médicos possíveis», conclui Bruno Castilho.