Tecnologia portuguesa do INESC TEC ajudou a marcar espécie invasora de corais no Brasil

Os resultados da aplicação desta tecnologia foram positivos, dado que os mergulhadores «conseguem explorar muito mais área de costa, com segurança e exactidão».

Por: Ricardo Durand
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©INESC TEC

O Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) juntou-se ao Laboratório de investigação da Universidade Federal de Santa Catarina (LASUB), no Brasil, para desenvolver um projecto de localização e identificação subaquática.

O objectivo é monitorizar uma espécie invasora de corais, o Coral-Sol (Tubastraea coccinea), que apareceu na costa do Brasil durante os anos 1980, provavelmente vinda de «plataformas de exploração de petróleo que saíram da Ásia para outros continentes», diz o INESC TEC.

Para isso, os investigadores do INESC TEC adaptaram os sistemas de tracking e GPS usados em «robôs subaquáticos» para fazer esta monitorização. Na prática, a solução criada tem como base um «cilindro com electrónica que os mergulhadores levam nas costas», para para marcar as zonas onde está o Coral-Sol.

Depois, há um sistema de «três boias na zona de operação que recebem os sons dos cilindros e enviam essa informação, via rádio, para o barco de apoio», explica Nuno Cruz, investigador do INESC TEC. Ou seja, o tracking é dos corais é feito pela posição dos mergulhadores, que apenas têm de assinalar a localização com um toque num «botão digital» associado ao equipamento adaptado.

©Maraguary / Wikimedia Commons | No Brasil, há duas espécies de Coral-Sol: Tubastraea tagusensis (amarelos) e Tubastraea coccinea (laranja); ambas podem ser encontradas em ambientes naturais, em plataformas petrolíferas e presas a navios e boias.

Até este recurso ser usado, a «monitorização estava a ser feita apenas por mergulhadores, que encontravam uma zona com corais, marcavam-na, voltavam à superfície, tiravam fotografias à área circundante e passavam-nas à tripulação de um barco com GPS que estava nas proximidades e registava a localização aproximada. O erro, por vezes, chegava a ser de vários metros», lembra o INESC TEC.

Os resultados da aplicação desta tecnologia foram positivos, dado que os mergulhadores «conseguem explorar muito mais área de costa, com segurança e exactidão». O INESC TEC vai, agora, fazer mais testes com esta solução e já tem outras aplicações em vista: «Os investigadores brasileiros já estão a pensar em novas ideias para utilizarem os mesmos sistemas para marcar com precisão outros habitats».

Por: Ricardo Durand Editor
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Começou no jornalismo de tecnologias em 2005 e tem interesse especial por gadgets com ecrã táctil e praias selvagens do Alentejo. É editor do site Trendy e faz regularmente viagens pelo País em busca dos melhores spots para fazer surf. Pode falar com ele pelo email rdurand@pcguia.fidemo.pt.
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