Agora parece que tudo é, ou tem, inteligência artificial, quando, na verdade, muitas coisas já existiam – agora, colocam este “rótulo” porque está na moda. Mas, com esta generalização da IA, vêm os perigos associados à verdadeira implementação tecnológica da mesma.
É precisamente por isso que situações como a que vou descrever passam pelos pingos da chuva. Na fase final das negociações sobre a Lei da IA da UE ficámos a saber que, mesmo depois de ter sido anunciado publicamente que a lei ia ter limitações no uso desta tecnologia para reconhecimento facial em casos judiciais, essas limitações caíram desde então. O eurodeputado pirata. Patrick Breyer já alertou que esta lei abre caminho para a introdução da vigilância biométrica de forma massiva, na Europa.
Se isto avançar, pode colocar em causa a privacidade de todos e inverter algo basilar numa democracia, a presunção de inocência, já para não falar na forma como o vão fazer, sem violar o RGPD. Ainda estamos no princípio disto, mas devemos estar atentos.
Como notas finais queria só assinalar que passam onze anos da morte de Aaron Swartz. Quem não conhece a sua história, pode ver o documentário sobe este hacktivista disponível gratuitamente no Internet Archive.