Cientista portuguesa quer prever erupções solares com recurso a machine learning e inteligência artificial

Actualmente, as erupções solares ainda são «imprevisíveis», mas os resultados desta investigação, «obtidos até ao momento, são bastante promissores».

Por: Ricardo Durand
Tempo de leitura: 3 min
©Space Situational Awareness / SWATNet

A investigadora Teresa Barata, do Departamento de Ciências da Terra da FCTUC e do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, está a liderar uma equipa de doze alunos da Universidade de Coimbra num projecto cujo objectivo é aprimorar as previsões de flares, as tempestades solares.

«Cada vez mais as explosões solares têm impacto na terra. Não é que o Sol esteja diferente, mas nós temos mais tecnologia, estamos cada vez mais dependentes da tecnologia espacial. Portanto, temos de saber como funciona o Sol para não sermos afectados», lembra Teresa Barata.

Recorde-se que, assim que atinjam a Terra, as tempestades solares podem afectar as comunicações, pelo facto de transportarem «partículas energéticas». Uma vez que haja uma previsão mais certa de flares, será possível «emitir alertas» com alguma antecedência, diz a investigadora da Universidade de Coimbra.

Inserida no Space Weather Awareness Training Network (SWATNet), uma rede financiada pelo programa Horizonte 2020, esta investigação acaba por representar um upgrade ao que era feito no final dos anos noventa, em que eram usadas «redes neuronais para prever a velocidade do vento solar ou o início de tempestades geomagnéticas».

Nesta altura, contudo, a tecnologia ainda era muito embrionária e as previsões tinham como base um «número restritivo de parâmetros»; agora, com os «grandes avanços no conhecimento da IA ​​e do machine learning», abrem-se «novos horizontes para a utilização destas abordagens também para fins climáticos espaciais», diz Teresa Barata.

Actualmente, as erupções solares ainda são «imprevisíveis», mas os resultados desta investigação, «obtidos até ao momento, são bastante promissores». Em paralelo, o SWATNet (que junta universidades de Bélgica, Finlândia, Grécia, Hungria, Itália, Polónia, e Reino Unido, assim como várias «empresas reconhecidas» da área aeroespacial) está ainda a criar uma «base de dados com vários fenómenos solares, de acesso ao público».

Outro dos objectivos do SWATNet é dar aos alunos, que participam neste projecto, uma «percepção do mercado trabalho e do mundo empresarial», com a possibilidade de «fazer um treino com a duração de um mês num observatório solar na Hungria, realizar intercâmbio entre instituições e também um estágio nas empresas parceiras»; em Portugal, o Instituto Pedro Nunes e a ESA Space Solutions.

Etiquetas:
Por: Ricardo Durand Editor
Seguir:
Começou no jornalismo de tecnologias em 2005 e tem interesse especial por gadgets com ecrã táctil e praias selvagens do Alentejo. É editor do site Trendy e faz regularmente viagens pelo País em busca dos melhores spots para fazer surf. Pode falar com ele pelo email rdurand@pcguia.fidemo.pt.
Exit mobile version