SheerME quer ser a “super-app” de referência de bem-estar e beleza

A startup portuguesa desenvolveu uma app para fazer marcações que ajuda o sector da bem-estar e beleza a fazer a sua transformação digital. A SheerME usa também IA generativa para adequar os serviços aos clientes e quer ter «um milhão de utilizadores nos próximos dezoito meses».

Por: Mafalda Freire
Tempo de leitura: 5 min

A sheerME nasceu da experiência e conhecimento dos seus fundadores. Miguel Alves Ribeiro, CEO e co-founder da startup, explicou à PC Guia como tudo aconteceu: «Durante treze anos estivemos a implementar marketplaces na área da restauração em vários países diferentes e sentimos que havia uma oportunidade na área de beleza e bem-estar, já que o sector percebia a importância do digital, mas não tinham feito a transição. O consumidor queria fazer uma marcação num Domingo à noite e não podia. Assim, criámos uma “super-app” com tecnologia virada para o utilizador em que ajudamos as pessoas a cuidarem de si, de uma forma fácil e simples. Também temos uma wallet em que cada vez que gastam, recebem dinheiro de volta para incentivar a utilização».

A verdade é que o mercado «respondeu bem» à solução: foi um «sucesso» e contribuiu para o crescimento do negócio dos parceiros da startup, salienta o empreendedor: «Aumentámos o número de novas marcações em 45%, o ticket médio em 35% e a frequência de utilização em 27%. Quando os comerciantes começam a ter acesso a estes números, valorizam o que estamos a fazer».

Em Portugal, a plataforma desenvolvida por Karly Alves Ribeiro, Miguel Alves Ribeiro e Shakil Satar tem «mais de 102 mil utilizadores e mais 3200 comerciantes» que oferecem «mais 150 mil serviços que podem ser marcados em mais de vinte categorias». Aqui, há um pouco de tudo: cabeleireiros, barbeiros, massagens, escolas de surf, nutricionistas, personal trainers e até experiências com jet skis.

IA traz novas funcionalidades
A evolução da sheerME tem sido constante: a startup tem novidades que resultam da integração de inteligência artificial generativa na plataforma. Miguel Alves Ribeiro esclareceu quais são as novas funcionalidades e de que forma estas ajudam consumidores e comerciantes: «Começámos a usar IA generativa para conseguir ajustar o conteúdo a cada um dos nossos utilizadores e isso é uma grande inovação. Estamos a aprender com a utilização do cliente, por exemplo, o que pesquisa, os gostos e as marcações. Damos opções de serviços próximos, complementares e adequamos as sugestões ao valor que os utilziadores têm na wallet. Para os comerciantes, estamos a criar uma plataforma com IA generativa para recolher as opiniões dos clientes, eacolher as melhores fotografias e sugerir conteúdos para publicarem nas redes sociais. Na verdade, geramos posts e stories com IA generativa; como temos integração directa com a Meta, é só carregar num botão e é tudo partilhado nas redes sociais».

Crescer em todos os mercados
A sheerMe está actualmente presente em Portugal, Espanha e Brasil, mas o plano de internacionalização não vai ficar por aqui. Segundo o CEO, a ideia é, em 2024, lançar a app «no mínimo, em dois países e, no máximo, em quatro». Quanto a mercados-alvo, os EUA e a Colômbia são as preferências, com Miguel Alves Ribeiro a destacar os motivos para estas escolhas: «Vamos arrancar pela Flórida. Escolhemos o Sul dos Estados Unidos devido à proximidade que há com a América Latina. É um desafio, mas acreditamos que há uma oportunidade para um first moover, uma vez que as outras startups vão para as costas Oeste e Este. Já a aposta na Colômbia deve-se ao facto de ter muita frequência de utilização e porque já temos a plataforma em espanhol. O nosso core são os países de língua oficial portuguesa e espanhola».

A sheerMe tem uma equipa de 35 colaboradores e «até ao final do ano quer chegar aos 40 profissionais»; para isso vai iniciar um processo de recrutamento «no Brasil». Para a startup, as perspectivas são ambiciosas e claras: «No futuro queremos ser a “super-app” de referência de bem-estar e beleza e queremos ter um milhão de utilizadores nos próximos dezoito meses». Além disso, a startup também pensa em diversificar, já que «não há uma app de marcações em outras áreas». Miguel Alves Ribeiro garante que a sheerME tem «potencial» para isso, já que a «horizontalidade do negócio é escalável» – um dos mercados que pode estar no horizonte, é o dos serviços para animais, como o «pet groomming». No entanto, não é ainda claro em que momento esta evolução do negócio irá acontecer.

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Jornalista da área de tecnologia B2C e B2B. Fã de tudo o que seja tech, especialmente o que está relacionado com automóveis e mobile. Além disso é apaixonada pelo universo do Star Wars.
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