Visão Apple? Olhe, veremos…

Estamos a falar de um computador? Sim, estamos. Porventura até poderemos estar a falar do primeiro passo de uma nova forma de usar um computador no nosso dia a dia, a que a marca chama, apropriadamente, ‘computação espacial’.

Por: Pedro Aniceto
Tempo de leitura: 3 min

E da gavetinha dos rumores e “fumos” de pré-anúncio Apple (gaveta que tem meia dúzia de coisas eventualmente sumarentas e nas quais apostava meia dúzia de fichas), saiu um produto de nome Vision Pro. Por esta altura, já toda a gente foi ver (ah, viram, viram?) o conteúdo de uma demo fofinha e totalmente controlada pelo fabricante, que muito pouca gente experimentou (umas dúzias de eleitos dentro do Apple Campus e, novamente em ambiente puro e controlado).

Sabemos pouco, mas há um outro detalhe que nos salta de imediato à vista (céus, isto não pára): o preço, em dólares, que é por si mesmo um “detalhe” que não pode, de modo algum, ser ignorado (e é uma boa chamada de atenção para o possível preço em euros). Mesmo para um padrão Apple, parece algo elevado, sobretudo se o compararmos com produtos como PSVR2 ou os Meta Quest Pro – e só para citar alguns dos mais “salgados”. Será que faz sentido, mesmo depois do choque inicial? Deverei dar o benefício da dúvida, algo que Tim Cook tem feito em quantidade e intensidade, num esforço mediático de explicação da opção.

Estamos a falar de um computador? Sim, estamos. Porventura até poderemos estar a falar do primeiro passo de uma nova forma de usar um computador no nosso dia a dia, a que a marca chama, apropriadamente, ‘computação espacial’. Não sabemos, é uma aposta Apple em que, ao contrário de algumas outras, o sentido de revolução não é tão claro como em outras situações. Mas o preço de muitos anos de investigação e desenvolvimento, que agora desaguam num equipamento com características ainda não vistas (e provadas), de doze câmaras, cinco sensores e seis microfones, atira a fasquia da realidade mista para outro nível, com os respectivos custos associados.

É verdade que o conjunto é elegante, apesar de sabermos que a realidade mista obriga a compromissos de um headset que tem de ser alimentado (não sabemos por quanto tempo e durante quanto tempo). Sabemos que o que temos visto é prometedor e que a Apple fala em cinco mil patentes registadas durante o tempo de desenvolvimento do produto. Alguém vai ter de pagar o preço de uso de um produto inovador que “atira” o sistema operativo e o ambiente de trabalho para um misto de sensações e utilizações que poucos conseguiram alcançar. Não é claro, nesta altura, se o que agora vemos anunciado será um standard em termos de computação e características. Sabemos o que aí vem, do ponto de vista físico, o resto veremos e não demorará muito.

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