«Mudanças que, a princípio parecem pequenas e sem importância, trarão resultados notáveis se estivermos dispostos a mantê-las durante anos». Esta frase, retirada do livro ‘Hábitos Atómicos’, descreve muito bem os resultados da consistência de um hábito. Um exemplo disto é o kernel Linux, que fará 32 anos em 2023: a sua história assenta como uma luva neste exemplo, porque o que começou com dez mil linhas de código, em 1991, ultrapassa actualmente os trinta milhões. Isto é um feito notável, resultado de um constante desenvolvimento e estabilidade.
O que dizem os números?
De acordo com as estatísticas de mercado do W3Techs, o Linux é, até Maio de 2023, o sistema operativo mais popular a nível mundial em servidores, usado em 94,9% destes equipamentos; segue-se o Windows, com 2,6%; os outros sistemas operativos têm 2,5%. Estes números invertem-se, no mercado desktop. Segundo o site DesktopLinux.com, numa pesquisa realizada em 2003 com mais de trinta mil participantes, cerca de 4,5% dos entrevistados usavam o Linux como principal sistema operativo e 75%, o Windows. Infelizmente, esta tendência não mudou muito com o passar dos anos e este continua a ser o sistema mais usado – não o escolhido, porque a verdade é que é um sistema que já vem instalado na maioria dos computadores que compramos.
O que tem mudado é a percentagem de adopção do Linux no desktop ao longo dos anos, que, apesar de percentualmente menor que o Windows, aumenta todos os anos. Segundo o StatCounter, o Linux estava em 1,85% dos desktop em Março de 2021; em 2022 aumentou para 2,93%. Relativamente à escolha do sistema operativo para programadores, o site Statista diz que 61% escolhe Windows; 44%, macOS; e 47%, Linux.
Segundo o W3Techs, o Ubuntu (33,9%) é a distribuição Linux mais usada, com um numero aproximado de mais de quarenta milhões de utilizadores, muitos deles jogadores, porque o número tem aumentado também nesta área. Em 2022, só a plataforma Steam disponibilizou um máximo de 9200 jogos para Linux, com uma percentagem de utilização global de 1,27%, um aumento em relação ao ano anterior.
O que tem contribuído para o aumento da utilização de Linux?
1 – Acessibilidade: têm sido feitos esforços para tornar este sistema mais acessível e as várias distribuições disponíveis são uma prova disso. Aquela que destacamos como a empresa mais impulsionadora é a Canonical, através do Ubuntu. O objectivo têm-se mantido ao longo dos anos e as várias versões desenvolvidas são uma prova inequívoca do seu trabalho e do apoio que a comunidade tem dado, no geral.
2 – Segurança: o Linux é sempre associado a segurança. Num mundo cada vez mais digital, e em que o Windows tem um grande historial de problemas, faz sentido optar um sistema mais estável e seguro, que nos deixe confortável ao usar.
3 – Compatibilidade: muitas distribuições incluem drivers para uma ampla gama de dispositivos e componentes de hardware, o que permite instalar o Linux em qualquer equipamento. Em PC mais recentes, aconselhamos uma distribuição Linux com um kernel mais actual.
4 – Liberdade: o Linux é um sistema operativo de código aberto e livre – muitas das aplicações disponíveis para também são de código aberto. Isto significa que são gratuitas e podem ser personalizadas ou modificadas. Esta consistência em adaptar cada vez mais o sistema, mantendo os mesmos ideais, é uma clara evidência de compromisso e confiança, por parte da comunidade.
Experimentar o RustDesk
Como o tema deste mês é relativo ao aumento de utilização de sistemas Linux, nada melhor que sugerir uma ferramenta de acesso remoto de código aberto para instalar numa distribuição Linux e aceder a computadores com diferentes sistemas.
O RustDesk oferece várias vantagens em relação a outras soluções de acesso remoto, como o TeamViewer ou o Anydesk: é uma ferramenta intuitiva e fácil de usar/instalar, não requerendo conhecimento técnico avançado para configurar. É compatível com Windows, macOS e Linux, permitindo que os utilizadores acedam remotamente a computadores em diferentes plataformas.
Depois, utiliza criptografia de ponta a ponta para proteger a ligação entre os computadores, garantindo que os dados transmitidos estão seguros e privados. Este software foi ainda projectado para ser rápido e responsivo, oferecendo uma experiência de acesso remoto mais suave e rápida, em comparação com outras soluções. O RustDesk oferece também várias opções de personalização, como a possibilidade de configurar a resolução e o tamanho do ecrã, bem como o áudio. Finalmente, é um software de código aberto, o que significa que qualquer pessoa pode usar e modificar o código-fonte.
Conclusão
Depois de um olhar atento à história do Linux, concluímos que 2023 é mais um ano do Linux no desktop, porque adopção tem vindos sempre a aumentar. O kernel Linux mantêm-se fiel aos seu princípios e filosofia: código aberto, consistência, segurança e acessibilidade. Ao longo de mais de trinta anos, tem havido pequenas mudanças, que parecem sem importância, mas que têm resultados notáveis, cada vez mais visíveis e com aumentos em várias áreas. Estou certo de que o leitor, assim como eu, está satisfeito, não só por fazer parte desta comunidade, mas por acompanhar esta mudança histórica a cada ano que passa. Parabéns!