Se Não há Salvação?

Quero crer que sim. Profundamente preocupado? Obviamente.

Por: António Simplício
Tempo de leitura: 3 min
rawpixel/Freepik

Há uns meses que esta coluna deveria ter mudado para ‘Há uma IA para tudo’. Facto, é que haverá IA em tudo. Uma das grandes questões das IA regenerativas é o seu custo computacional. No entanto, a Google já conseguiu correr uma versão do seu PaLM2 (modelo semelhante ao GPT) num Samsung Galaxy e mesmo a universidade de Stanford conseguiu correr um modelo open-source num smartphone Google Pixel 6.

Estando a IA a chegar aos smartphones, já há alguns exemplos de como podemos olhar para estes como dispositivos que contribuem para melhorar a nossa saúde, já não só numa perspectiva de interacção com os wearables, mas como coadjuvantes da prática médica e da nossa própria saúde.

Um exemplo interessante a reter será o da Curai Health no EUA. A empresa já presta um conjunto de serviços médicos que fazem uso da IA para a gestão de doenças, como a hipertensão ou a diabetes, a identificação de casos mais urgentes (mediante interacção paciente/IA através de descrição de sintomas por texto ou imagem) ou mesmo de medicina preventiva, com a prescrição e visualização de testes e exames.

Sendo que a interacção do doente com a os modelos de IA é feita, numa primeira fase, através da app, os resultados são posteriormente validados por um médico. No fundo, a IA faz a triagem, sendo esta, depois, validada (ou não) por um médico especialista.

Até hoje, o CEO da Curai Health não advoga o uso a solo de modelos de IA sem a supervisão humana, mas acredita que esse momento vai chegar. E acredita, fundamentalmente, que pode chegar aos locais e às especialidades onde os recursos médicos tem mais carência. Seja num país tão populoso como a Índia, onde não existem profissionais de saúde suficientes para a população (e este paralelismo não precisava de ter saído do nosso [pouco populoso] país) ou no Ocidente onde, por exemplo, a área da saúde mental não é acessível à maior parte das bolsas (uma vez mais…).

Poderá ser este um desafio para o SNS? O NHS no Reino Unido está muito mais próximo do nosso SNS que o sistema de saúde norte-americano e a Limbic, um assistente IA já ajuda profissionais de saúde e pacientes na área da saúde mental.

Assim pode ser que haja salvação para o SNS. E para todos nós.

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