Rasteiro fragmentado

Da mesma forma que o Matter veio, recentemente, trazer um grande ímpeto à domótica, também um acordo de funcionamento entre todos os fabricantes de tags digitais iria beneficiaria drasticamente, não só a eficiência de todas estas soluções, como traria mais liberdade de escolha e segurança a todos os utilizadores.

Por: André Gonçalves
Tempo de leitura: 3 min

Com o objectivo complementar o seu ecossistema de produtos, e tornar a vida mais simples através da Internet de todas as coisas, vários fabricantes de hardware de renome entraram no mercado das tags digitais. Estes são pequenos dispositivos que têm como principal propósito localizarem remotamente objectos aos quais são “acoplados”.

Nesta corrida, estão já gigantes como a Samsung ou a Apple (como rumores de que a Goolge se pode “juntar à festa”, em breve) e também muitos outros fabricantes, como a Tile ou a Chipolo, que apesar de não contarem com uma rede de telemóveis com a sua marca, têm aplicações tanto para Android com iOS.

Normalmente baseadas em comunicação Bluetooth de baixa energia (e alcance) estas tags tiram partido de uma rede instalada de smartphones ou aplicações activas para os identificarem e, assim, expandirem a sua cobertura de detecção e serem localizáveis, mesmo que estejam fora do alcance de comunicação do smartphone do seu proprietário.

Mas, infelizmente, como em muitas coisas relacionados com tecnologia, os vários fabricantes nunca chegaram a acordo sobre um standard de comunicação, fazendo com que a localização de uma determinada tag apenas seja possível na rede de smartphones do seu fabricante ou em dispositivos com uma aplicação específica. Isto, limita claramente a sua usabilidade e faz com que empresas mais pequenas, com soluções interessantes nesta área, não consigam subsistir – foi o caso da portuguesa Lapa.

Por outro lado, como se tratam de dispositivos pequenos e relativamente baratos, abrem também lugar ao uso malicioso dos mesmos. Qualquer pessoa mal-intencionada pode acoplar um destes rastreadores a um objecto de outra e, assim, conseguir saber remotamente onde esta se encontra e por onde se deslocou. Felizmente, no que diz respeito a este grave problema, várias empresas do sector definiram um esboço de boas práticas, para evitar rastreamentos não-autorizados e detecções com alertas “universais”. Isto, é algo que se prevê que se venha a converter numa especificação standard, até ao final do ano.

No meu ponto de vista, este é também o momento-chave para se ir mais além e atingir uma total interoperabilidade entre fabricantes. Da mesma forma que o Matter veio, recentemente, trazer um grande ímpeto à domótica, também um acordo de funcionamento entre todos os fabricantes nesta área iria beneficiaria drasticamente, não só a eficiência de todas estas soluções, como traria mais liberdade de escolha e segurança a todos os utilizadores.

 

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