“Pirataria” vira o disco, mas toca o mesmo

Por: André Rosa
Tempo de leitura: 2 min
©Michael Geiger

Olá a todos. Parece que voltámos à choradeira por causa da alegada pirataria. Segundo a “indústria audiovisual”, Portugal “perdeu”, no mínimo, duzentos milhões de euros por ano. E chegam a este valor porque segundo um estudo existiram no último ano (ano de pandemia), em Portugal, 55 milhões de visitas a sites “ilegais”.

Vamos por partes: primeiro, ‘visita’ é diferente de fazer download do que quer que seja; segundo, um download “pirata” não significa uma ‘venda perdida’ como querem fazer crer, até porque quem o faz não ia pagar se não o pudesse fazer e, ainda assim, existem estudos que até indicam que a pirataria aumenta a venda desses mesmos conteúdos; terceiro, chamar ‘site ilegal’ a um site de partilha tem muito que se lhe diga, uma vez que o conteúdo que se encontra nesses sites é colocados pelos seus utilizadores. Por fim acho engraçado virem fazer este choradinho quando, no ano passado, a Netflix, por exemplo, aumentou os seus lucros em 73% ou os serviços de streaming de música aumentaram as vendas em 18%.

Que se lute para que estas plataformas paguem melhor aos artistas: claro que sim. Apontar o problema como sendo a pirataria atacando precisamente os consumidores, é meio caminho andado para destruir a indústria que tanto querem proteger.

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Eu sou empreendedor, programador de apps mobile e de backends php e político. Fundador e Secretário Geral do Partido Pirata Português e Co-Fundador da Simdea.pt. Sou apaixonado pelo que faço, e adoro ajudar as pessoas. Nada é mais gratificante do que fazer parte de uma equipa com interesses semelhantes.
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