Espaço UE

Por: António Simplício
Tempo de leitura: 3 min

Disse-o aqui o mês passado e mantenho o que disse – o que dado os tempos que vivemos já não é nada mau. Os próximos dez anos farão esta última década parecer que estamos em 1999. E quem é da minha idade sabe que na nossa juventude estávamos crentes que, no final de século XX, estaríamos na Lua, numa estação espacial, como estamos hoje no Colombo. Não foi assim, mas o último ano provou-nos como os dogmas tem caído e como tendem a cair com maior frequência. As vacinas demoravam anos a ser desenvolvidas e aprovadas. Em menos de um ano tivemos várias prontas para combater a COVID-19. E não tinha passado muito tempo desde que, na China, os casos começaram a diminuir e se começou a falar de um passaporte sanitário. Algo que atestasse que determinada pessoa estava ‘COVID free’. Se bem se lembra, foram poucos aqueles que, na rádio, na TV e no jornal não se manifestaram contra tal coisa. Era mais uma intrusão à privacidade, aos direitos humanos e até ao do morcego.

À data que lê este artigo, já terá a possibilidade de fazer download de uma aplicação que lhe permitirá exibir o seu Certificado Digital COVID UE. Quando escrevo já pode emitir o certificado no site do SNS. Lá, pode obter o Certificado de Vacinação (da primeira ou das duas doses), um resultado negativo de um teste ou a prova de que já recuperou da doença. O documento é disponibilizado no portal e pode, depois, ser enviado para um endereço de email. Imprima-o ou guarde-o digitalmente. A partir de 1 de Julho poderá utilizá-lo para viajar dentro da EU. Haverá uma outra aplicação móvel que irá, nos locais e por quem de direito, validar o código que esse certificado contém. «E o que tem ele?», pergunta. O necessário, digo eu e a Comissão Europeia. O seu nome, a data de nascimento, a data de emissão, informações pertinentes sobre a vacina/teste/recuperação e um identificador único.

Hoje, dezoito meses passados do início do pesadelo COVID são poucas as vozes que se levantam contra tal passaporte. É o que dá essas vozes mais desconfiadas terem ficado, como as outras, confinadas por meses.

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