O segundo robot “inteligente” (as aspas são intencionais) da iRobot a vir com um depósito que permite acumular lixo durante «vários meses» sem termos de o despejar andou alguns dias entretido lá por casa, mais a passear que propriamente a limpar. Às vezes penso que a minha casa é o problema e não este tipo de robots: as minhas divisões têm tantos obstáculos, que gasto mais tempo a desviar tudo do caminho, a arrumar coisas e tirar tantos fios do chão, que chego a pensar quem trabalha para quem: eu para o robot ou o robot para mim. É verdade que este tipo de equipamentos parece mais eficaz que há uns anos – já mapeiam a casa numa app, por exemplo. Contudo, basicamente, continuam a aspirar e a limpar como sempre e a ter os mesmos problemas de sempre – o facto de terem uma forma redonda de serem ainda um pouco altos dificulta a limpeza em alguns pontos.
Depois de o iRobot i3+ passar em alguns cantos da casa, ainda tive de ir eu com um pequeno aspirador tradicional terminar o trabalho. Reparei ainda que, num caso ou outro em que decidi perder algum tempo da minha vida a ver o robot aspirar, ficava meio perdido – será alguma dúvida existencial provocada pelas capacidades de IA: serei um robot aspirador, serei uma tostadeira, serei um veículo de transporte de gatos? Uma coisa é, no entanto, verdade: nas poucas zonas livres e desocupadas da casa, o iRobot i3+ fez uma limpeza perfeita. Mas dar 700 euros para ter um trabalho feito pela metade, não me parece ser um bom negócio. Mas, lá está, o problema pode ser da minha casa.
Nota:3/5
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