Intel usa truques para revelar falhas dos processadores AMD Ryzen Mobile

Por: Gustavo Dias
Tempo de leitura: 3 min

Durante uma apresentação virtual, a Intel revelou que os processadores AMD Ryzen 4000, para computadores portáteis, utilizam artimanhas para conferir um melhor desempenho em termos de eficiência energética, ao reduzirem de forma mais significativa o seu funcionamento e, como tal, o seu desempenho, quando não estão ligados à corrente. Esta artimanha, segundo a Intel, permite que os computadores equipados com esta plataforma atinjam autonomias superiores a soluções equivalentes com plataforma Intel, mas em contrapartida o seu desempenho diminui significativamente.

Para comprovar as suas afirmações, a Intel utilizou como referência vários computadores portáteis equipados com processadores AMD Ryzen 7 4800U, Ryzen 7 4700U, Ryzen 5 4500U e Ryzen 3 4300U, face a outros computadores equipados com a nova família de processadores Intel Core Tiger Lake, nomeadamente os novos Core i7-1185G7, Core i7-1165G7, Core i5-1135G7 e Core i3-1115G4. Utilizando testes como o PCMark 10, rapidamente se comprovou que os sistemas AMD viam o seu desempenho reduzir significativamente (até 38%) quando passaram a usar a bateria.

Para reforçar estas afirmações, vários meios receberam unidades de demonstração equipadas com os novos processadores, mas, estranhamente, foram proibidos pela Intel de realizarem testes de autonomia. Durante esses testes, meios como a Ars Technica descobriram que os computadores Intel vinham com uma configuração fora do normal, e que não corresponde à configuração que será utilizada pelos fabricantes desses mesmos computadores portáteis.

Utilizando o teste de CineBench R23, que permite explorar todo o potencial dos processadores utilizados, descobriu-se que o Intel Core i7-1185G7 estava a utilizar uma configuração TDP PL1 de 36W e PL2 de 51W, ao contrário do processador AMD Ryzen 7 4750U utilizado no computador portátil para o comparativo, que estava limitado a um TDP PL1 de 15W e PL2 de 30W.

Isto, no entanto, não retira mérito na descoberta da Intel, de que efectivamente os processadores AMD, de arquitectura Zen2, quando estão a utilizar a bateria, possuem um ligeiro atraso até activar o modo de desempenho máximo, permitindo assim poupar a carga da bateria. Curiosamente, e como a Ars Technica concluiu, isso não significa os computadores com os novos processadores Intel Core Tiger Lake sejam superiores, pois durante 5 minutos de testes no CineBench R23, o portátil com o processador AMD conseguiu concluir mais ciclos, e gastar menos energia que o computador com o novo Core i7-1185G7.

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Editor da revista PCGuia, com mais de 10 anos no mercado de publicações tecnológicas. Grande adepto de tudo o que seja tecnológico, ficção científica e quatro rodas.
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