Death Stranding

Por: Pedro Tróia
Tempo de leitura: 4 min

Se tivesse de descrever Death Stranding em termos que digam qualquer coisa às pessoas de hoje em dia, diria que somos uma espécie de estafeta da Glovo. O protagonista (Sam Porter Bridges) leva coisas de um lado para outro, num mundo que foi destruído por um fenómeno chamado ‘Death Stranding’, que forçou os sobreviventes a mudarem-se para o subsolo, para evitar a ‘Timefall’, uma chuva que acelera a passagem do tempo do sítio onde cai. Por isso tudo o que é tocado por ela degrada-se mais rapidamente.

Companhia de viagem
Nas suas viagens, Sam é acompanhado por BB, um bebé que está dentro de uma espécie de frasco, transportado ao peito, que tem como principal função alertá-lo para a presença de BT, aparições fantasmagóricas que querem apanhar Sam e levá-lo para o mundo dos mortos. Esta é outra das das consequências do fenómeno Death Stranding.

A premissa principal deste jogo é levar Sam de uma ponta à outra dos Estados Unidos para interligar todos os sítios onde existem pessoas através de uma rede chamada ‘Chiral Network’, que permite a transmissão de enormes quantidades de dados instantaneamente.

Ao longo do caminho terá de fazer entregas e lutar contra BT, contra os ‘Mules’ (uma facção de transportadores que, segundo a explicação oficial, estão «viciados em entregas» e que querem roubar a nossa carga) e ainda contra elementos terroristas que querem acabar com a humanidade. No fim, Sam também terá de salvar a irmã que está presa pelos terroristas.

Por falar em inimigos, há uma coisa que não deve fazer em Death Stranding, matá-los; se o fizer e não cremar os corpos, estes explodem com a potência comparável à de uma bomba atómica, o que não é lá muito saudável.

Death Stranding é um jogo difícil de gostar ao princípio: nele tudo é esforço, as cutscenes são enormes, e muitas vezes nem dão qualquer informação útil para a progressão, ou para entender a história de como se chegou àquele ponto. Os menus têm uma navegação complicada, pouco clara e as distâncias (que no início têm de ser atravessadas a pé,) são elementos que nos dizem que vai dar muito trabalho a chegar ao fim.

Este jogo é para um jogador, mas também multiplayer. Passo a explicar: enquanto não se joga directamente com outras pessoas, tudo o que construímos no mundo fica disponível para utilização por outros jogadores. Por exemplo, estão espalhados pelo mundo de jogo uns dispositivos chamados ‘autopavers’, que servem para construir estradas. Ao entregarmos materiais nesses dispositivos as estradas são construídas e ficam disponíveis para todos utilizarem. E, devido à natureza da ‘Timefall’, temos de andar sempre a entregar materiais nas construções de todos, sob pena de elas se degradarem e deixarem de ser utilizáveis por todos. Há outro casos – como forma de agradecimento por termos deixado uma escada que permite a travessia de um, desfiladeiro por todos, podemos receber ‘likes’ dos outros jogadores. Mas, além de BB, jogamos sempre sozinhos.

Graficamente este jogo é esplêndido. A reprodução dos actores que deram a cara e o corpo às personagens está brilhante e a interacção de Sam connosco é interessante. Muitas vezes, ele aponta para onde quer ir e dá a impressão de que sabe que há alguém a olhar para ele do outro lado do ecrã. Os cenários fazem lembrar as paisagens da Islândia e estão muito bem desenhados, oferecendo desafios, principalmente quando se viaja a pé.


Editora: Kojima Produtions

Distribuidora: Sony

Site: playstation.com

Disponível para: PS4

Preço: €69,99


Sou director da PCGuia há alguns anos e gosto de tecnologia em todas as suas formas. Estou neste mundo muito por culpa da minha curiosidade quase insaciável e por ser um fã de ficção científica.
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