Samsung Galaxy S10 pode ser desbloqueado com uma qualquer impressão digital

Por: Pedro Tróia
Tempo de leitura: 4 min

A Samsung está outra vez na berlinda por causa de um problema com a fraca implementação do sistema de desbloqueio biométrico de um dos seus smartphones. Desta vez trata-se do sensor de impressões digitais ultra-sónico do Samsung Galaxy S10, que, aparentemente, permite que qualquer pessoa desbloqueie o telefone, mesmo não sendo o dono. Este feito só é possível se o telefone tiver uma película protectora em cima do ecrã ou um bocado de plástico transparente entre o dedo e o sensor.

A notícia foi dada pelo jornal inglês The Sun, que refere que uma mulher britânica descobriu que conseguia desbloquear o telefone do marido apenas com a compra de um protector de ecrã. A Samsung foi informada da existência deste problema e a empresa admitiu que existe um problema de segurança.

Um porta-voz da Samsung disse ao The Sun que a empresa está a investigar o caso internamente e que aconselham a todos os utilizadores a apenas usarem acessórios autorizados pela Samsung, que tenham sido desenhados especificamente para os seus produtos.

A BBC entrou em contacto com a Samsung, que confirmou a existência do problema e que está a desenvolver um patch de para o software do telefone para o resolver.

Entretanto foram publicados vários vídeos que mostram que se se tentar usar o telefone sem autorização, com o ecrã sem qualquer coisa por cima, o sistema de segurança funciona perfeitamente, mas se for colocado um bocado de silicone translúcido por cima do sensor, o telefone desbloqueia com uma impressão digital que não está programada no software do smartphone. Alguns vídeos até mostram que este problema de segurança também está presente no Galaxy Note 10, que utiliza o mesmo sensor do Galaxy S10.

 

Para que a Samsung tinha conhecimento deste problema, porque os primeiros protectores de ecrã do S10 tinham um buraco no sítio onde está o sensor de impressões digitais, porque, segundo a empresa, se houvessem bolhas de ar entre o plástico do protector e o ecrã, o sensor podia não funcionar correctamente. Mais tarde foram desenvolvidos protectores de ecrã compatíveis com o sensor. 

Muitos fabricantes de smartphones usam sensores de impressões digitais por baixo do ecrã, mas a maioria usa um sistema óptico que, essencialmente, tira uma fotografia ao dedo do utilizador, que depois é comparada com as impressões digitais que estão gravadas. A Samsung é o único fabricante que não usa um sensor óptico, em vez disso usa tecnologia ultra-sónica que utiliza ultra-sons para digitalizar a ponta do dedo em 3D, o que, supostamente, consegue obter mais detalhes que numa imagem 2D dos sensores mais usados. A fabricante do sensor, a Qualcomm, até diz que o seu sistema consegue detectar a circulação do sangue no dedo, o que serve para impedir que se usem moldes, ou qualquer outro método, para enganar o sistema de segurança.

Sou director da PCGuia há alguns anos e gosto de tecnologia em todas as suas formas. Estou neste mundo muito por culpa da minha curiosidade quase insaciável e por ser um fã de ficção científica.
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