KDE Neon

Por: André Paula
Tempo de leitura: 5 min

Uma dificuldade comum no mundo Linux é a escolha da distribuição – com tanta variedade, pode ser confuso. A ideal é aquela que funciona melhor com o hardware do seu computador e que preencha as suas necessidades. Para facilitar a escolha e reduzir a opções, existem quatro bases comuns que me têm orientado: estabilidade, suporte, inovação e simplicidade. Com estas premissas em mente, o Ubuntu, tem sido um candidato a altura. A realidade é que muitos desenvolvem primeiro pacotes DEB ou outros repositórios criados para Ubuntu, o que facilita depois todo o processo que pode existir de instalação e suporte. Depois da base escolhida, optei pelo DE (Desktop Environment) que mais gosto, que é o KDE Plasma e procurei projectos que tivessem base Ubuntu e KDE Plasma. Um deles, destacou-se: o KDE Neon.

O que é o KDE Neon
O KDE Neon não é uma distribuição Linux, mas sim um conjunto de repositórios de software, com as versões mais actualizadas do software QT e KDE, disponibilizadas rapidamente. A base do sistema operativo escolhido é Ubuntu 18.04 LTS, que têm o seu ciclo de actualizações próprio. Para procurar as actualizações do KDE, basta usar o gestor de pacotes Discover ou então abrir o terminal e escrever (pkcon refresh && pkcon update).

Portanto, o KDE Neon é um Ubuntu que usa as actualizações mais recentes do KDE Plasma 5 no desenvolvimento do KDE e nas suas aplicações, o que dá aos utilizadores as novidades e correcções mais recentes.

O que vêm instalado
A instalação é simples, muito devido à escolha do instalador gráfico (Calamares), que trouxe uma vantagens acrescida ao anterior Ubiquity, porque facilita a instalação do sistema a novos utilizadores. Este sistema também não inclui muitos programas por omissão na imagem padrão de instalação; os escolhidos são básicos e maioritariamente desenvolvidos pela comunidade KDE, contrariamente à maioria das distribuições que vêm com muitos programas instalados, mas que depois muitos deles acabam por nunca serem usados.

As aplicações instaladas abrangem a maioria das necessidade mais comuns de qualquer utilizador: temos um player de video (VLC), um visualizador de imagens (Qwenview), um leitor de PDF (Okular), um navegador Web (Firefox), um gestor de ficheiros (Dolphin), um gestor de pacotes gráfico (Discover), um terminal (Konsole), um analisador do sistema (Ksysguard), um gestor de passwords (Kwalletmanager), um editor de texto (Kwrite), um programa para ler/criar/extrair ficheiros (Ark) e uma ferramenta para screenshots (Spectacle).

Vantagens e desvantagens
Apesar de ter uma base estável e dar liberdade ao utilizador na escolha de aplicações a instalar, esta opção peca pela falta de documentação (que é importante, em especial para novos utilizadores), como pelo tempo que é necessário para configurar o sistema, porque vem apenas com o básico instalado.

Para facilitar este último processo, usem o Discover (o gestor de pacotes gráfico, por omissão), para instalação da maioria dos programas de que precisam e como gestor de pacotes alternativo, o Muon, que simplifica não só a instalação de pacotes, como a gestão de PPA caso sejam usados.

Para ajudar à memória, é importante documentar essa informação: no guia deste mês, darei uma sugestão de uma ferramenta para notas que uso para este fim: o Qownnotes. Este programa open source (que tem versões para Windows e macOS) grava as notas em formato de texto simples e é compatível com markdown. O Qownnotes também nos ajuda na gestão de tarefas e na criação de notas encriptadas. Também é possível adicionar imagens, escolher vários layouts e a possibilidade de sincronização em dispositivos móveis ou edição das notas e das tarefas via web, usando o Owncloud, Nextcloud, ou então a vossa página no Git.

Conclusão
Escolher um sistema Linux, para usar em casa, envolve muitas vezes alguma resiliência. Nem todas as distribuições têm o mesmo comportamento com o mesmo hardware e, para quem não tem muita experiência, descobrir esses problemas não é fácil. Por isso, escolham uma base estável como o Ubuntu e, se gostam do KDE Plasma 5, pode ser que fiquem satisfeitos com o funcionamento do KDE Neon.

Seguir:
Estar sempre actualizado com as novidades tecnológicas é para mim importante, em especial com tudo o que esteja relacionado com open source, linux e software livre, por isso tenho um podcast e escrevo sobre estes temas.
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