Os ladrões de telemóveis em Londres estão cada vez mais selectivos, devolvendo frequentemente telemóveis Android às vítimas e ficando apenas com os iPhones, relatou a newsletter London Centric.
Em Janeiro, um indivíduo chamado Sam passava por um depósito da Royal Mail no sul de Londres quando oito homens lhe barraram o caminho, roubaram-lhe o telemóvel, a câmara e o chapéu, e depois devolveram o telemóvel Android depois de verem que não era um iPhone. O ladrão disse-lhe sem rodeios: “Não quero cá nenhum Samsung”, e fugiu, contou Sam à London Centric.
Vários utilizadores de Android por toda a cidade passaram pela mesma experiência. Alguns ficaram sem os seus telemóveis apenas para os ladrões os descartarem momentos depois, ou para lhos devolverem imediatamente depois de verificarem a marca.
Os especialistas dizem que a razão provável para esta tendência é o maior valor de revenda dos iPhones a nível global. Um consultor da empresa de cibersegurança ESET disse à London Centric que os ladrões procuram o lucro impulsionado pela Apple, uma vez que o Android tem frequentemente um valor mais baixo no mercado de segunda mão, e alguns criminosos acham que não vale a pena serem acusados criminalmente por algo menos valioso.
Relatórios publicados na última década mostram que esta preferência vem de longe. Dados anteriores do Ministério do Interior do governo do Reino Unido mostram que os iPhones lideram regularmente as listas de modelos com maior probabilidade de serem roubados, anos antes de os grupos criminosos se começarem a concentrar no envio de dispositivos Apple para o estrangeiro.
Em Portugal, os relatórios sobre a criminalidade nem sempre indicam o tipo de objectos são roubados ou furtados, nem tão pouco a marca ou sistema operativo. No entanto, os smartphones Apple são para revenda ou para aproveitar as peças quando estão bloqueados (um ecrã de um iPhone recente pode valer mais de 100 euros no mercado paralelo), já os roubos de modelos Samsung ou Xiaomi de gamas mais baixas são geralmente crimes de oportunidade devido ao baixo valor de revenda.