A Unicorn Factory Lisboa inaugurou ontem o healthhub, um novo centro de inovação dedicado ao sector da saúde e que conta com o apoio AstraZeneca, a CUF a Linde e o European Longevity Hub. O objectivo é «desenvolver um pólo global de inovação na área da saúde, capaz de atrair talento, investimento, criação de emprego e novas parcerias estratégicas».
Além de grandes empresas, o centro vai contar com startups, investidores, universidades como Católica Medical School e a Nova Medical School, e entidades como a Associação Nacional de Farmácias. Este hub de inovação fica no Rossio, no novo edifício do SITIO, e conta com 11 salas privadas e 56 postos de trabalho, «ocupando um dos quatro andares» das instalações, como explicou Miguel Ricardo, director-geral da empresa na inauguração.
Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, revelou que a sua visão de inovação «assenta numa abordagem de baixo para cima (bottom-up) e de cima para baixo (top-down)» em que a «Unicorn Factory visa criar um sistema horizontal onde a inovação é vista como um processo e não apenas uma ideia» e em que «Lisboa ambiciona ser a cidade da IA».
Além disso, falou da importância de projectos, como o healthhub, «retribuírem à comunidade» e que a missão enquanto autarca é que «o bem-estar social se encontre com a inovação e a inovação com a cultura, criando um “milagre”».
Já Gil Azevedo, editor executivo da Unicorn Factory Lisboa, salientou que este é um projecto «em que estão a trabalhar há um ano» e que se vem juntar «aos outros hubs para moldar a inovação na cidade». O responsável acrescentou que o novo pólo vai «reunir talento e parceiros estratégicos para desenvolver soluções inovadoras que tragam eficiência ao sector, aumentem a capacidade de resposta dos serviços de saúde e acompanhem novas áreas de crescimento, como a longevidade».
Num debate, que juntou os quatro parceiros principais do healthhub foi possível perceber as suas principais áreas de actuação. Tiago Esteves, Director-geral da Linde Saúde para a região Europa Ocidental disse que a colaboração com a Unicorn Factory «é importante» porque «normalmente um dos problemas que têm ao estabelecer parcerias com startups é que há uma grande ênfase no financiamento e não tanto na geração de valor» e que a entidade lisboeta é conhecida por «encontrar o equilíbrio certo entre o que o parceiro precisa e o que uma startup necessita».
Sobre os resultados que gostariam de ver, Bruno Pina, CEO e co-fundador do European Longevity Hub, referiu que quer ter «projectos de impacto que ajudem pessoas sem acesso a cuidados de saúde e provar que Portugal pode ser o exemplo da longevidade na Europa».
Por outro lado, Tiago Esteves disse que gostava que a sua «equipa desenvolva uma mentalidade agile de startup e executar pelo menos cinco pilotos, com dois produtos a entregar valor» e Marta Martins, Board Member Cluster New Care and Solutions da CUF, disse que o grupo espera «trabalhar com várias startups e ser capaz de impulsioná-las também a crescerem», além de «extrair valor dos projectos-piloto».
Por último, Carlos Carvalho, Innovation and Business Excellence Director da AstraZeneca, mostrou-se mais ambicioso ao indicar que o objectivo é «implementar pelo menos uma solução escalável por ano», ou seja, um MVP e não apenas piloto» já que é necessário que essa solução «faça a diferença na vida dos pacientes».
O healthhub é o o sexto centro de inovação criado pela Unicorn Factory Lisboa ao longo dos seus três anos de actividade, juntando-se ao AIhub e web3hub, no Alvalade Innovation District, greenhub, gaminghub e engineershub, no Saldanha, e ao Beato Innovation District.