Poderíamos imaginar que o Louvre, que alberga uma colecção de obras de arte com um valor incalculável, teria um dos melhores sistemas de segurança do mundo. Mas, após um assalto recente ao museu, foi revelado que o sistema de videovigilância utilizava a palavra-passe (muito difícil de adivinhar) ‘LOUVRE‘, e a rede de automação ainda era baseada no Windows 2000.
Após um roubo no Louvre que ocorreu a 19 de Outubro, no qual os ladrões levaram jóias da Coroa Francesa avaliadas em 88 milhões de euros, naturalmente que a segurança do museu ficou sob um microscópio. De acordo com o jornal Libération, a Agência Nacional Francesa para a Segurança dos Sistemas de Informação (ANSSI) avisou em 2014 que a palavra-passe para o sistema de videovigilância do museu era LOUVRE. A auditoria também revelou que um sistema diferente, construído pela empresa de defesa e cibersegurança Thales, usava THALES como palavra-passe para fazer login no sistema.
Outra grande revelação foi que a rede de automação do museu utilizava computadores que ainda usavam Windows 2000, cujo suporte foi terminado em 2010 pela Microsoft. De acordo com a publicação, o Louvre ainda funcionou com sistemas operativos desactualizados até 2021.
🇫🇷 The entire Louvre security camera system was protected by the password “Louvre”
The museum was also running software from 2003 that hadn’t received security updates for years.
Earlier, prosecutors noted that the robbery was carried out not by professionals, but by petty… https://t.co/XK9dlTJzBG pic.twitter.com/OKGlxKgpJp
— Visegrád 24 (@visegrad24) November 5, 2025
Parece que o Louvre não implementou exactamente segurança de ponta nos últimos tempos. Antes do assalto, um relatório do tribunal de contas referiu que os investimentos em manutenção e segurança eram “indispensáveis para o funcionamento a longo prazo da instituição”, mas que o museu tinha consistentemente priorizado projectos “visíveis e atractivos”, escreveu o jornal The Guardian.
Foi também descoberto que uma auditoria de segurança há uma década, que concluiu que o Louvre não estava suficientemente monitorizado ou preparado para uma crise, apenas levou a um concurso para trabalhos de segurança em 2024.
O relatório também destacou um atraso persistente na implementação de equipamentos de segurança para a protecção das obras de arte e que apenas 39% das salas estavam equipadas com câmaras videovigilância. Não se espera que o projecto de modernização da segurança esteja concluído antes de 2032.
Um inquérito ao roubo da semana passada concluiu que o Louvre tem “um nível inadequado de medidas de segurança.” Os ladrões usaram um elevador montado num camião para entrar na Galeria de Apolo através de uma janela, roubando as jóias em menos de oito minutos. Disfarçados de trabalhadores da construção, fugiram antes da chegada da polícia. Vários suspeitos, incluindo um ex-guarda do museu e uma figura das redes sociais, já foram detidos, mas as jóias roubadas continuam desaparecidas.