Este mês, a United Airlines vai começar a oferecer acesso à Internet gratuito em voo através da rede de satélites Starlink em toda a frota nos Estados Unidos.
Na semana passada, a companhia aérea realizou uma demonstração a bordo de um jacto regional Embraer E-175, oferecendo um vislumbre de um futuro sem acesso intermitente ou o pagamento de taxas exorbitantes pelo acesso à Internet. O curto voo de teste abreviado partiu e regressou ao aeroporto O’Hare em Chicago. Durante o voo, a experiência de acesso à Internet foi equivalente à que se consegue em situações em que o utilizador não muda de local.
Os dados do Speedtest mostraram que o acesso através do Starlink atingiu uma média de 128 Mbps de downloads, com picos acima de 230 Mbps durante as fases de táxi e a descolagem do avião, com uploads a rondar os 24 Mbps em média. A United vai lançar o serviço Starlink nas rotas comerciais a partir de 15 de Maio, inicialmente em voos de curta duração entre Chicago e Detroit.
Esta implementação acontece antes do previsto, ultrapassando o objectivo original da companhia aérea que apontava para finais de 2025. A companhia planeia equipar a sua frota de 1.026 aeronaves, começando com os aparelhos que fazem rotas regionais expandindo eventualmente para os voos mais longos.
Os passageiros da United podem aceder à internet sem fios Starlink gratuitamente, inscrevendo-se no programa MileagePlus da companhia. A ligação suporta navegação web, streaming, jogos e até videoconferências limitadas sem interrupções. No entanto, a United está a implementar regras de utilização para evitar abusos. São proibidas chamadas de voz e vídeo – distinguindo-as de videoconferências – é obrigatório que os passageiros usem auscultadores para o áudio. O consumo de “conteúdos ofensivos” também é proibido.
“Estamos a trazer o Wi-Fi, tal como na sua sala de estar, para os céus”, disse o Director de Atendimento ao Cliente da United, David Kinzelman, ao The Verge.
Durante o teste, os passageiros fizeram streaming de vídeo, usaram videojogos e vários dispositivos sem grandes perdas de velocidade, graças à rede de satélites do serviço Starlink, que cresceu para mais de 7.000 satélites. Ao contrário dos sistemas tradicionais de internet via satélite que dependem de satélites em órbita geoestacionária, a rede de baixa latência do Starlink reduz o tempo de viagem do sinal, melhorando drasticamente o desempenho.
Esta arquitectura também abre caminho para tecnologias de publicidade mais rápidas. A United planeia implementar segmentação de anúncios em tempo real, aproveitando a latência inferior a 100 milissegundos – sugerindo como o serviço gratuito poderá eventualmente gerar receita para a empresa.
“O que a conectividade Starlink nos permite fazer em tempo real, devido à latência e à tecnologia de satélites de órbita terrestre baixa… significa que podemos servir anúncios em tempo real, para apresentar num mundo hiper-personalizado”, disse o CEO da United MileagePlus, Richard Nunn.
A United não é a primeira companhia aérea a adoptar o Starlink. Embora a companhia aérea tenha anunciado os seus planos no ano passado, a Hawaiian Airlines e a JSX já integraram o serviço. No entanto, a United é agora a maior companhia aérea a oferecer o Starlink.
À medida que a tecnologia se expande pela sua frota doméstica, a United ainda não confirmou quando se expandirá para rotas internacionais ou como se poderá integrar na rede Star Alliance que integra várias companhias aéreas incluindo a TAP e Lufthansa.