A moda no mercado dos portáteis para jogos é torná-los cada vez mais finos e leves. No entanto, se quisermos ter mesmo desempenho há que aumentar o tamanho do sistema de arrefecimento para que consiga dissipar o máximo de calor possível para que os componentes não reduzam a velocidade para não entrarem em sobreaquecimento. Foi isso mesmo que a Asus fez neste ROG Strix SCAR 16, que, no mínimo (pelos padrões actuais) é mais um transportável do que um verdadeiro portátil. Ainda assim, é uma máquina bastante agradável de usar.
Leve e fino? Esqueça lá isso…
Como deve saber, parte da energia eléctrica que entra num circuito integrado é dissipada sob a forma de calor e quanto mais poderoso for esse circuito, mais ele aquece. Até ao momento em que seja descoberta uma tecnologia que permita aumentar o poder de cálculo sem aumentar a quantidade de calor que é dissipado, isto cria um problema aos construtores de computadores portáteis que queiram disponibilizar máquinas com capacidades que cheguem perto das oferecidas pelos computadores desktop. É esta a razão que leva o Scar a não ser um verdadeiro PC portátil (pelos padrões actuais). O PC é espesso (3 cm) e pesa 2,8 Kg.
Como foi mencionado atrás, a razão é o sistema de dissipação de calor que tem de lidar com uma Nvidia RTX 5080 Laptop, um processador Intel Core Ultra 9 275HX, 64 GB de memória RAM DDR5 e dois SSD de 1 TB que trabalham em RAID 0 (isto sem falar dos outros componentes).
Pode estar a pensar que quase 3 Kg não são nada. No entanto, se andar com o Scar e com a fonte de alimentação (que é enorme) uma tarde inteira dentro de uma mochila às costas é provável que mude de opinião.
Assim, o Scar é mais uma máquina para ter em cima de uma mesa, mas que pode levar de férias do que um verdadeiro PC portátil.
Uma característica interessante que a Asus acrescentou a este PC é a possibilidade de se remover a tampa traseira para aceder ao interior sem ser necessário utilizar quaisquer ferramentas. Basta desengatar o fecho para deslizar a peça que cobre a motherboard. Isto permite mudar os SSD, acrescentar mais memória RAM ou limpar as ventoinhas, mas nada mais.
Quando se abre o SCAR, pode ver-se que a Asus tentou facilitar a vida dos utilizadores, porque, para além da tampa, também não precisas ferramentas para remover e instalar os SSD ou a memória.
Ecrã de primeira categoria
Como o nome do computador indicia, o ecrã tem 16 polegadas e permite uma resolução máxima de 2560 x 1600 com uma taxa de actualização máxima de 240 Hz, o que casa muito bem com a gráfica RTX 5080 da Nvidia. Ao contrário do que vai sendo hábito na Asus, o ecrã não é OLED, mas miniLED. A tecnologia do ecrã em si é LCD, o termo miniLED refere-se ao sistema de retroiluminação que é composto por inúmeros LED de pequenas dimensões, o que permite um maior controlo sobre a forma como o ecrã é iluminado. Esta tecnologia permite maiores níveis de contraste porque é possível desligar (ou reduzir a intensidade) com mais precisão a retroiluminção nas zonas onde a imagem é mais escura, o que coloca estes ecrãs mais próximos dos OLED em termos de contraste.
Com efeito, quando testei o ROG Scar 16, a primeira impressão que tive quando o desktop apareceu foi que estava na presença de um OLED. As cores são bastante saturadas e o contraste é muito melhor do que o dos LCD tradicionais.
Ainda sobre o ecrã, a Asus optou por um sistema de dobradiças que as coloca à vista de cada lado do painel. Não sou grande adepto desta solução, mais por questões estéticas do que práticas, mas não há dúvidas de que lhe dá um aspecto bastante sólido.
Teclado e luzes
O teclado é confortável de usar e não é muito barulhento. Claro que o, sendo um PC para jogos, o Scar está cheio de luzes LED na parte inferior e no teclado. Estas luzes podem ser programadas através do software da Asus Armoury Crate, que também está disponível para dispositivos móveis.
Para além da utilização normal, o trackpad tem uma funcionalidade interessante que serve para o transformar num teclado numérico que também está disponível em outros portáteis da Asus. Isto é bastante útil quando não estiver a usar o SCAR para jogar ou em jogos que requeiram mais teclas físicas do que as que estão disponíveis no teclado.
Por falar em luzes, a tampa tem um sistema de iluminação monocromático, chamado AniMe Vision, que pode ser personalizado ao gosto do utilizador com imagens estáticas ou animações. Se tiver dois, ou mais, dispositivos com AniMe Vision pode até sincronizar os efeitos entre eles.
O Scar passa por cima de tudo!
É no campo do desempenho que se vê porque é que o Scar 16 não é um portátil lá muito portátil. Esta máquina conseguiu o feito de ser o mais rápido em 5 dos 9 testes de desempenho que fazemos a máquinas deste tipo. Dos quatro testes que sobram em 2 ficou no top 3 e só em 2 é que não se bem.
No teste de bateria, o Scar 16 só conseguiu funcionar durante cerca de 3 horas e meia, o que é perfeitamente normal para uma máquina deste tipo. O outro foi o PCMark. Aqui as razões para não ser muito rápido são um pouco mais complexas, porque este teste funciona através da execução de uma mistura de tarefas que servem para simular a utilização típica de um PC e foca-se mais no CPU que nos gráficos. Aqui, apesar de ser um CPU Ultra 9 com 24 núcleos que pode chegar aos 5,4 GHz, apenas 8 desses núcleos são para desempenho, já os outros 16 são de eficiência (leia-se baixo consumo).
Claro que nos testes mais virados para os gráficos, a potencia de processamento da RTX 5080 consegue esmagar tudo o resto. Nos sintéticos do 3DMark, ficou no top 3 e nos jogos (Cyberpunk 2077, Rise of the Tomb Raider e Far Cry 6) chegou facilmente ao primeiro posto e será muito difícil destroná-lo nos próximos tempos.
PCMark 10 Geral | 9239 |
PCMark 10 Bateria (minutos) | 281 |
3D Mark Fire Strike | 35638 |
3D Mark Time Spy | 20914 |
3D Mark Ray Trace Feature Test | 65,81 FPS |
3D Mark DLSS Test | 121 FPS |
Far Cry 6 (1080p Ultra) | 148 FPS |
Shadow of the Tomb Raider (1080p Highest) | 170 FPS |
Cyberpunk 2077 (1440p, Ray Trace Medium, DLSS) | 171 FPS |
E quanto é que isto custa?
O ROG Strix SCAR 16 (2025) G635, nesta configuração, custa 4199 euros, o que o coloca fora do orçamento da maioria dos utilizadores. Esta máquina está extremamente bem equipada, mas o preço é simplesmente alto demais.
Dados técnicos
Processador | Intel Core Ultra 9 Processor 275HX 2.7 GHz (36 MB Cache, 5.4 GHz, 24 núcleos, 24 Threads); Intel AI Boost NPU até 13 TOPS |
Gráficos | NVIDIA GeForce RTX 5080 Laptop ROG Boost: 1550 MHz a 175 W (1500 MHz Boost Clock + 50 MHz OC, 150 W+25 W Dynamic Boost)
16 GB GDDR7 |
Ecrã | ROG Nebula HDR Display
16-polegadas 2.5K (2560 x 1600, WQXGA) 16:10 Mini LED Taxa de actualização: 240 Hz Tempo de resposta: 3 ms G-Sync |
Memória RAM | 64 GB DDR5-5600 SO-DIMM |
Slots | 2 x DDR5 SO-DIMM
2 x M.2 PCIe |
Ligações | 3,5mm Combo Audio Jack
HDMI 2.1 FRL 3 x USB 3.2 Gen 2 Type-A (até 10 Gbps) 1 x 2.5G LAN 2 x Thunderbolt 5 compatíveis com DisplayPort/Power Delivery/G-SYNC (até 120 Gbps) |
Ligações sem fios | Wi-Fi 7 (802.11be), Triple band 2*2+Bluetooth 5.4 |
Peso | 2,80 Kg |
Dimensões | 35,4 x 26,8 x 3,08 cm |
Distribuidor: Asus
Preço: €4199