A iRobot, empresa pioneira na robótica doméstica e criadora do famoso aspirador robô Roomba, entrou oficialmente com um pedido de protecção contra credores ao abrigo do Capítulo 11 da lei de falências dos Estados Unidos. Após 35 anos de operação, a empresa sediada no Massachusetts comunicou que será totalmente adquirida pela sua parceira de fabrico chinesa, a Shenzhen Picea Robotics.
O desfecho financeiro da tecnológica já se antevia há alguns meses. Em Março, a iRobot alertou os investidores sobre a incerteza da sua sobrevivência no curto prazo. O valor das acções da empresa sofreu uma queda vertiginosa, passando de 133 dólares em 2021 para apenas 1,40 dólares em Novembro deste ano. Com receitas abaixo do esperado no terceiro trimestre e reservas de caixa inferiores a 25 milhões de dólares, a empresa não resistiu aos atrasos de produção e à concorrência de marcas mais baratas.
A situação da iRobot agravou-se drasticamente no início de 2024, quando a tentativa de aquisição pela Amazon, avaliada em 1,7 mil milhões de dólares, fracassou devido a preocupações regulatórias da União Europeia. Este revés impediu a injecção de capital necessária para saldar dívidas, nomeadamente um empréstimo de 200 milhões de dólares ao Carlyle Group.
Apesar da insolvência e da saída da bolsa de valores, a marca garante que os Roomba não vão desaparecer. A aquisição pela Picea permitirá à iRobot continuar a operar, pagar a fornecedores e manter os seus compromissos com os colaboradores. A empresa assegura que não haverá interrupções no funcionamento das aplicações ou no suporte técnico aos clientes actuais.
Gary Cohen, CEO da iRobot, afirmou acreditar que a combinação do design e inovação da marca com a experiência técnica de fabrico da Picea deixará a empresa “bem equipada para moldar a próxima era da robótica doméstica inteligente”.