Durante este verão, ficámos a conhecer dois projectos desenvolvidos em universidades que usam drones e gémeos digitais das florestas para actuar na prevenção e combate de incêndios em Portugal: o DBoidS e o ForestSphere.
Agora, há mais uma iniciativa com o mesmo objectivo nascida na Universidade de Coimbra (UC), onde uma equipa de investigadores criou a plataforma SenForFire, uma inciativa financiado pelo Programa Interreg Sudoe da União Europeia e que envolve, além do País, Andorra, Espanha e França.
Este projecto centra-se na criação de «redes de sensores sem fios, de baixo custo, capazes de medir parâmetros meteorológicos e ambientais relevantes para avaliar o risco de incêndio em zonas consideradas de perigo elevado».
Catarina Silva, professora do Departamento de Engenharia Informática a UC e coordenadora do projecto, explica que o contributo da equipa portuguesa passa pela «análise inteligente dos dados, que são georreferenciados e multimodais, para criar suporte às decisões tomadas por bombeiros ou câmaras municipais antes ou durante o combate a um incêndio».
O caso de estudo do SenForFire está a decorrer no concelho do Fundão, onde foram instalados sensores que recolhem informação sobre «temperatura, humidade e gases». Os dados são, depois, analisados por modelos de IA que «permitem identificar precursores de incêndios e emitir alertas antecipados».
Segundo outra investigadora que participa no SenForFire, Cidália Fonte, além dos dados ambientais, o sistema «incorpora informação geoespacial e topológica, incluindo relevo, uso do solo e histórico de incêndios», o que «aumenta a precisão da avaliação de risco».
De acordo com os investigadores, os primeiros resultados mostram que os modelos desenvolvidos «conseguem prever o risco de incêndio com elevada fiabilidade». Tal como acontece com o DBoidS e o ForestSphere, um dos objectivos é disponibilizar a tecnologia a «municípios e corporações de bombeiros».