O líder do Windows na Microsoft, Pavan Davuluri, comentou a recente reacção negativa dos utilizadores em relação ao estado e direcção actuais do Windows. Numa nova publicação no X, Davuluri reconhece os comentários recentes dos utilizadores e diz que ele e a sua equipa estão atentos a todo o feedback.
“A equipa (e eu) lê imenso feedback. Equilibramos o que vemos nos nossos sistemas de feedback do produto com o que ouvimos directamente. Nem sempre coincidem, mas ambos são importantes. Li os comentários e vejo um foco em coisas como a fiabilidade, desempenho, facilidade de uso e muito mais”, disse Davuluri.
A publicação é em resposta a Gergely Orosz, que estava a criticar o Windows como uma plataforma para programadores. Davuluri diz que “preocupamo-nos muito com os programadores. Sabemos que temos trabalho a fazer na experiência, tanto na usabilidade diária, desde caixas de diálogo inconsistentes a experiências de utilizador avançado. Quando nos reunimos como equipa, discutimos estes pontos problemáticos e outros em detalhe, porque queremos que os programadores escolham o Windows.”
Hey Gergely, I am responding here, and I think this applies to a bunch of the comments that people have made. I mean, a lot of comments 🙂.
The team (and I) take in a ton of feedback. We balance what we see in our product feedback systems with what we hear directly. They don’t…
— Pavan Davuluri (@pavandavuluri) November 15, 2025
Davuluri, entretanto, desactivou as respostas na sua publicação original que mencionava o Windows a tornar-se um SO agêntico, o que algumas pessoas viram como uma tentativa de silenciar o feedback negativo. No entanto, a resposta mais recente de Davuluri é muito mais tranquilizadora, confirmando que a empresa está ciente da reacção negativa e está a abordar problemas e preocupações sobre o Windows como plataforma fora da IA, para pessoas como utilizadores avançados e programadores que usam o Windows como ferramenta.
Ele menciona especificamente pontos problemáticos como caixas de diálogo inconsistentes e experiências de utilizador avançado, que têm sido uma área com uma necessidade urgente de atenção há vários anos. Durante mais de uma década, o Windows tem sofrido de interfaces inconsistentes e falta de refinamento (polish), o que faz com que a plataforma pareça datada e negligenciada, e provavelmente desempenha um grande papel na má reputação do Windows nos dias de hoje.
O que não ajudou nos últimos anos foi estratégia de distribuição de actualizações da Microsoft que se destina a manter o SO actualizado com novas funcionalidades e alterações constantes. Em teoria, parece uma boa ideia, mas na prática, actualizar o Windows mensalmente com novas funcionalidades causa frequentemente mais dores de cabeça do que alegria a muitos utilizadores.
Provavelmente, a maioria preferiria receber uma grande actualização numa altura previsível e certa do ano, tal como a Apple e a Google fazem. A Microsoft desvalorizou as grandes actualizações do Windows, optando antes por distribuir as novas funcionalidades quando estão prontas, praticamente todos os meses. Isso significa que já não há grandes lançamentos e os utilizadores ficaram frustrados pelo sistema operativo estar constantemente a mudar.
Isto também torna o Windows mais susceptível a bugs e problemas que surgem cada vez com mais frequência. Parece que novos bugs são descobertos todos os meses devido à estratégia de inovação contínua da Microsoft, que viu as funcionalidades serem lançadas a um ritmo mais rápido do que nunca.
A boa notícia é que Davuluri confirmou que a Microsoft está a ouvir e está ciente da reacção negativa que está a receber sobre a obsessão da empresa com a IA no Windows 11. Isso não significa que a empresa vá parar de adicionar IA ao Windows, mas significa que também podemos esperar que a Microsoft se concentre nas outras coisas que também são importantes, como a estabilidade e melhorias para utilizadores avançados.