As entregas rápidas na Europa tão a passar por um daqueles momentos em que tudo parece virar a chave ao mesmo tempo. O volume de encomendas cresce como quem abre uma torneira. Só no último trimestre de 2024, as transportadoras movimentaram cerca de seis mil milhões de pacotes, grande parte deles direto para casa do consumidor. É uma enxurrada que obriga qualquer empresa de entrega de encomendas a repensar processos, dar um salto tecnológico e procurar soluções que aguentem o ritmo.
Automatização a ganhar espaço nos armazéns
Robôs, sistemas inteligentes de armazenagem e tapetes que praticamente “pensam” por si, estão a transformar centros de distribuição em linhas de montagem digitais. Na prática, isto significa menos erros, prazos mais curtos e um funcionamento contínuo, mesmo quando há picos sazonais que normalmente deixariam muita gente aflita.
Os investimentos mostram essa mudança de rumo: o mercado europeu da automação já vale mais de cinco mil milhões de dólares e deve mais que duplicar até 2030. Não é pouco. E há um dado que chama a atenção: robôs móveis autónomos representam uma fatia enorme deste bolo, refletindo o quanto as empresas perceberam que estas máquinas ajudam a manter a operação afinada dia e noite.
Drones, robôs de passeio e veículos autónomos
O último passo da entrega, aquele sprint final até ao cliente, também anda a mudar depressa. Drones já fazem voos regulares em alguns países, sobretudo para materiais médicos ou pequenas encomendas em zonas com menos trânsito.
Nas ruas, pequenos robôs de entrega circulam como se fossem parte da paisagem. Cidades como Tallinn ou Milton Keynes já os adotaram, e o número de entregas feitas por estes mini-veículos já vai na casa dos milhões. São silenciosos, elétricos e ocupam pouco espaço, o que dá jeito em centros históricos onde uma carrinha pode facilmente bloquear uma rua inteira.
E há ainda as carrinhas autónomas, que podem circular sem condutor em zonas específicas nos próximos anos. Países como França, Estónia e Reino Unido já mexeram na lei para permitir testes e, pouco a pouco, preparar terreno para operações comerciais.
IA e dados a redesenhar rotas
Se o transporte muda, o planeamento não fica atrás. As transportadoras começaram a usar sistemas que recorrem à inteligência artificial para recalcular percursos: cruzam trânsito, meteorologia, janelas de entrega e até restrições ambientais para achar caminhos mais curtos. Há casos que mostram reduções de cerca de vinte por cento nos quilómetros percorridos, e isso, na prática, significa menos combustível, menos emissões e entregas mais pontuais.
Vale mencionar que estas ferramentas também conseguem ajustar planos em tempo real quando aparece um engarrafamento inesperado ou surge uma entrega urgente. Motoristas recebem novas instruções no momento e seguem por uma alternativa viável.
Sustentabilidade como motor de mudança
As cidades europeias procuram reduzir ruído, poluição e trânsito, o que empurra a logística para modelos mais verdes. As Zonas de Baixas Emissões espalharam-se depressa, e várias cidades querem implementar zonas totalmente livres de emissões até 2030. Para cumprir estes objetivos, muitas empresas apostam em carrinhas elétricas, bicicletas de carga e micro-hubs que aproximam os produtos de quem os vai receber.
Regulamentação e infraestrutura a acompanhar
A Europa tem ajustado as regras para acompanhar esta nova era. Os drones operam hoje sob um quadro comum, com registo obrigatório de operadores e avaliações de risco padronizadas. Nos veículos autónomos, existem normas específicas para testar e aprovar modelos que possam circular sem condutor em cenários definidos.
Ao mesmo tempo, corredores 5G estão a ser instalados para garantir ligações fiáveis entre veículos, semáforos inteligentes e centros de controlo. Sem essa rede, dificilmente haveria escala para operações autónomas com segurança.