O Minecraft está rapidamente a tornar-se o novo Doom no sentido em que os entusiastas estão ansiosos por instalar o jogo em hardware que não foi desenhado para o executar. O exemplo mais recente vem do YouTuber vimpo, que conseguiu instalar o servidor do jogo sandbox numa lâmpada inteligente.
A lâmpada escolhida foi uma unidade Wi-Fi comprada no AliExpress que usa o chipset BL602. De acordo com o site Tom’s Hardware, esta lâmpada tem um único núcleo RISC-V que funciona até 192 MHz, juntamente com 276 KB de RAM e 128 KB de ROM. O hacker de hardware extraiu o microcontrolador e ligou-o a uma placa adaptadora para aceder ao hardware.
Com as entradas e um ecrã prontos, o passo seguinte foi instalar o servidor Minecraft. Para isso, vimpo optou por uma implementação que consome poucos recursos de computação conhecida como Ucraft, que foi escrita em C. De acordo com a descrição na página no GitHub, o Ucraft carece de quase todas as funcionalidades que encontraria num servidor normal.
O tamanho do binário do servidor é de apenas 46 KB sem autenticação (ou 90 KB com uma biblioteca de autenticação). O uso de memória varia dependendo do número de jogadores ligados a qualquer momento. No pior cenário, com 10 jogadores, o uso de memória pode chegar a um máximo de cerca de 20 KB sem autenticação ou 70 KB com autenticação.
Ultimamente, o Minecraft tem recebido muita atenção da comunidade de modding. Em Setembro, um jogador construiu uma versão funcional do ChatGPT dentro do jogo usando 439 milhões de blocos. Era terrivelmente lento para os padrões modernos, mas provou que podia ser feito.
No início do ano, alguém conseguiu que o jogo corresse numa GPU com 20 anos e apenas 8 MB de VRAM – uma 3D Phantom XP-2800 da Pine Technology. No final de 2024, outro modder lançou ferramentas e instruções para executar um servidor de jogo usando COBOL, uma linguagem de programação que estreou nos anos 50 e que foi originalmente destinada a sistemas de TI empresariais.