A Google anunciou ontem o lançamento do Gemini 3, apresentando-o como o seu modelo de Inteligência Artificial mais inteligente e seguro até à data. A nova iteração da família Gemini chega com melhorias significativas nas capacidades de raciocínio multimodal, programação e planeamento a longo prazo, mas é a abordagem à segurança e ao desenvolvimento responsável que a tecnológica norte-americana destaca como pilar central desta actualização.
O Gemini 3 Pro, que fica disponível a partir de hoje em modo preview, foi submetido ao conjunto de avaliações de segurança mais abrangente alguma vez realizado pela empresa. Segundo a Google, o modelo demonstra uma redução notável em comportamentos indesejados, como o “elogio exagerado” (ou sycophancy), onde a IA tende a concordar excessivamente com o utilizador, mesmo quando este está incorrecto. Além disso, o novo sistema apresenta uma resistência superior a injecções de comandos (prompt injection) e protecções reforçadas contra a utilização indevida em cenários de ciberataques.
Para validar estas métricas de segurança, a Google não se limitou aos testes internos baseados na sua Frontier Safety Framework. A empresa estabeleceu parcerias para avaliações externas com especialistas da indústria, incluindo a Apollo, a Vaultis e a Dreadnode. Adicionalmente, foram concedidos acessos antecipados a organismos governamentais, como o UK AISI (Instituto de Segurança de IA do Reino Unido), para auditorias independentes antes do lançamento público.
Do ponto de vista técnico, o Gemini 3 posiciona-se como líder em vários benchmarks de referência. O modelo alcançou o topo da tabela na LMArena com uma pontuação Elo recorde de 1501 e demonstrou um desempenho de nível de doutoramento em testes como o GPQA Diamond (91,9%).
A grande novidade funcional é a introdução do modo “Gemini 3 Deep Think”. Esta funcionalidade, que será disponibilizada nas próximas semanas aos subscritores do Google AI Ultra após testes de segurança adicionais, permite ao modelo dedicar mais tempo ao processamento de problemas complexos. Nos testes apresentados, o modo Deep Think superou o modelo Pro em tarefas de raciocínio avançado, atingindo 45,1% no exigente teste ARC-AGI, que avalia a capacidade de resolver desafios novos e imprevistos.
O ecossistema de desenvolvimento também recebe actualizações com o lançamento do Google Antigravity, uma nova plataforma de programação orientada para agentes. Utilizando o Gemini 3, esta ferramenta permite que agentes de IA planeiem e executem tarefas de software complexas de forma autónoma, tendo acesso directo a editores de código e terminais para validar o seu próprio trabalho. O modelo demonstrou ainda liderança no Vending-Bench 2, um teste focado no planeamento a longo prazo, mantendo a consistência na tomada de decisões durante simulações prolongadas.
A partir de hoje, o Gemini 3 começa a ser integrado em vários produtos da Google, incluindo o Modo de IA na Pesquisa, a aplicação Gemini e o Vertex AI para clientes empresariais. A empresa reforça que este lançamento marca apenas o início de uma nova era, onde a prioridade reside em equilibrar o aumento das capacidades de raciocínio com protocolos de segurança rigorosos.