A BIGhub foi criada por Rúben Lamy em 2022 como a «primeira startup portuguesa com a missão de acelerar as vendas das empresas nos principais marketplaces da Europa». Inicialmente, o fundador e CEO, tinha criado a BIGsales, um negócio que tinha o propósito de «integrar as lojas físicas nos marketplaces para que começassem também a vender online», mas depressa se apercebeu de que a «complexidade do processo e dos desafios e particularidades de cada marketplace» era uma oportunidade de negócio. Assim, nasceu a BIGhub, cujo objectivo passa por «simplificar a integração, o suporte e a manutenção, sem qualquer dificuldade para o cliente» que, assim, «evita burocracias e preocupações com normas e procedimentos».
A solução ajuda as empresas a «destacar os seus produtos e serviços», sendo estes artigos «adicionados ao catálogo da plataforma» da startup e vendidos sob o nome da BIGhub. Rúben Lamy explica o processo: «Estrategicamente, localizamos o nosso nome comercial em todos os mercados europeus onde estamos para uma melhor familiarização do utilizador local. Depois, tendo em conta o país, a categoria do produto e as suas tipologias, colocamo-lo à venda. Na base, é uma questão de adaptar ao mercado o processo inteiro de comercialização, em vez de obrigar o mercado a adaptar-se a nós e às empresas que vendem através da nossa plataforma».
O empreendedor salienta ainda que a empresa «apenas cobra uma mensalidade a partir do momento em que os produtos começam a vender», dado que o objectivo é «lucrar com as vendas e não necessariamente com o serviço, em si». A ideia é clara: «Queremos, no fundo, crescer com quem nos procura para crescer».
Um ecossistema completo
A plataforma da BIGhub «ajuda a criar um verdadeiro ecossistema 360º de e-commerce», considera Rúben Lamy, que realça os motivos pelos quais os clientes optam pela solução da startup: «À medida que fomos ganhando tracção, percebemos onde havia desafios a serem colmatados e criámos a resposta para os mesmos. Disponibilizamos programadores, desenvolvemos plug-ins para todas as plataformas, trabalhamos o site do cliente para o alinhar com o nosso software; fazemos tudo isto sem cobrar nada, de forma integrada e, claro, muito mais rápida. Garantimos ainda o contacto directo com o cliente final, sem que as empresas tenham qualquer preocupação».
Além disso, a empresa tem a BIGcash, uma «solução que antecipa os pagamentos dos marketplaces, visto que os mesmos chegam a demorar cerca de um mês a pagar às empresas»; e a BIGocasión, uma plataforma híbrida, com loja física em Huelva (Espanha), de «venda de produtos semi-novos, usados e recondicionados, garantindo-lhes um fim de ciclo sustentável».
A Europa é o foco
Além de Portugal, a BIGhub tem operações em Espanha, França, Itália e Alemanha, países com «mercados bastante competitivos, onde o e-commerce tem uma expressão muito significativa». Rúben Lamy afirma que estas são geografias que «possibilitam testar rapidamente os serviços e antecipar tendências em mercados de referência». Para já, os planos envolvem «estabilizar a operação no mercado europeu», mas há «interesse em explorar países fora do continente, como o Brasil ou a Colômbia, por exemplo». O CEO revela quais são os objectivos a curto e longo prazo: «Pretendemos consolidar a nossa operação até estabilizarmos as receitas nos 150 mil euros por mês. Depois, é evidente que procuramos estar em todos os marketplaces, expandindo para fora da Europa, e transaccionar entre treze a catorze mil produtos por dia». Para chegar a este objectivo, a empresa vai usar o investimento de dois milhões de euros que recebeu recentemente para aumentar a equipa. Rúben Lamy salienta que a ideia é contratar «dez colaboradores, para as áreas de vendas e programação». Mas o fundador da BIGhub deixa um alerta: «As startups já têm, normalmente, um ritmo de trabalho muito acelerado, o que ainda se intensifica mais neste sector do e-commerce, pela sua dinâmica. Portanto, têm de ser profissionais resilientes, mas entusiasmados e empenhados para melhorar todos os dias o seu desempenho».