A Urban Glide convidou-nos a testar a sua nova trotinete eléctrica topo de gama: a 1000GT 2×2. Com dois motores, 2800 W de potência de pico, 33,3 kg de peso e um preço de 1599 euros, a curiosidade para a experimentar era grande.
A Urban Glide é conhecida por se ter estabelecido no mercado da mobilidade urbana focando-se na relação características/preço dos seus veículos eléctricos. As suas trotinetes de dois faróis grandes foram um sucesso. Contudo, a durabilidade destes aparelhos não era o seu ponto forte. A marca prometeu melhorias baseadas no feedback dos utilizadores, por isso podíamos deixar de aceitar a proposta.
Esta trotinete eléctrica tem uma potência nominal de 2000 W (dois motores de 1000 W cada), travagem hidráulica, suspensões de molas grossas e um deck muito largo.
Design e acabamento: Um Gigante Amarelo
A primeira palavra que nos vem à mente é “Maciça”. As rodas largas tipo cross, a cor amarela que lhe confere um ar «desportivo», os parafusos muito visíveis e os enormes discos de travão anunciam logo que a 1000GT 2×2 não está para brincadeiras.
Embora nada se mexesse durante o ensaio, o acabamento deixa a desejar, e os materiais parecem não ter uma grande qualidade. As porcas, parafusos e especialmente os pneus parecem de baixa gama. O sistema de fixação do avanço funciona correctamente (sem folgas), embora seja demorado a montar e desmontar.
Há pormenores bem pensados: os piscas estão integrados no deck, que se ilumina a azul distintamente dos faróis. O avanço também tem uma faixa de néon. O farol é potente, embora não seja orientável.
O deck é enorme e termina num apoio para o pé muito bem integrado e estético. O guiador é largo e ao centro encontra-se um ecrã holográfico. Infelizmente, este ecrã é ilegível em pleno dia. A autonomia é indicada apenas por barras (cinco) e não em percentagem, e a hora não é apresentada, o que é uma falha para um veículo que se propõe a servir para ir ao trabalho.
Transportar esta trotinete é um desafio. Para além dos olhares, terá de a transportar desdobrada, dado que o sistema de dobragem do avanço demora cerca de um minuto a fazer e outro a desfazer, um tempo impensável nos transportes públicos. E o guiador é muito largo.
Condução
A condução é simples, com um gatilho de acelerador de ergonomia correcta e curso progressivo. A posição de condução é confortável e as suspensões de molas reais absorvem perfeitamente descidas de passeios, ruas calcetadas e estradas de gravilha.
Contudo, os pneus podiam ser melhores, são demasiado largos, com uma aderência discutível em piso seco e má em piso molhado. A trotinete é pesada e volumosa, o que a torna difícil de manobrar.
A dupla motorização (dois motores de 1000 W, com pico de 1400 W cada) permite uma aceleração de 0 a 25 km/h em menos de 3 segundos no modo «Dual Motor». No entanto, a trotinete tem dificuldade em conter a sua potência para se limitar a 25 km/h, gerando leves solavancos assim que atinge a velocidade máxima. Apesar disso, no modo simples motor, esta Urban Glide é acessível a principiantes.
Travagem de Topo
A Urban Glide não poupou nos travões. Lançada a 50 km/h (possível em descida), a trotinete parou em 12 metros; a 25 km/h, apenas 2,5 metros. A travagem é muito eficaz.
A autonomia é gigantesca. Em duplo motor, é possível percorrer 63 km com 100 kg de carga. A recarrega é quase interminável, contando 11 horas com o carregador fornecido. É possível reduzir este tempo para metade ligando um segundo carregador.