Um novo estudo realizado por investigadores da Universidade de Warwick e da Universidade Monash tem implicações entusiasmantes para a saúde pública: um novo candidato a antibiótico que pode ser uma esperança real no combate às ameaças futuras e resistentes a antibióticos.
A nova molécula chama-se pré-metilenomicina C lactona e, como o nome sugere, é na verdade um precursor de um antibiótico muito mais conhecido e já amplamente utilizado em laboratórios. Chamada metilenomicina A, tem muitas aplicações contra múltiplos tipos de ameaças bacterianas; esta molécula intermédia recém-descoberta, que ocorre naturalmente por apenas um curto período antes de ser modificada para o antibiótico final, mostra resultados significativamente mais agressivos.
A equipa isolou a molécula eliminando genes específicos no genoma da bactéria Streptomyces coelicolor A3, deixando os que iniciam o processo de síntese do antibiótico, mas removendo os que o terminam. Ao eliminar os genes um de cada vez, conseguiram parar a síntese em cada etapa principal do processo e caracterizar todas estas formas intermédias.
Quando testaram o produto intermédio pré-metilenomicina C lactona, este demonstrou ser mais de 100 vezes mais eficaz contra várias bactérias Gram-positivas.
A equipa acredita especificamente que pode ser útil contra as bactérias que se podem tornar resistentes a antibióticos como a Staphylococcus aureus (MRSA) e Enterococcus (VRE), que são as espécies mais temidas pela sua capacidade de causar surtos futuros. Os testes mostram que as bactérias não há tendência para desenvolver resistência à nova molécula, enquanto as mesmas bactérias adquirem regularmente resistência ao antibiótico vancomicina.
A investigação terá de determinar se esta variante intermédia tem efeitos secundários negativos, mas o mais provável é que seja simplesmente mais estável quimicamente – e, portanto, mais económico para investir – a longo prazo.
Se for suficientemente eficaz em pacientes humanos, não deverá ser complicado transformar a nova molécula num medicamento. Na verdade, uma vez que é um precursor de uma molécula que já é fabricada, os investigadores estão confiantes de que o novo medicamento poderá ser produzido em escala.
Os investigadores também referem que a sua abordagem de remoção de genes pode encontrar muitas outras moléculas funcionais como intermediários noutras vias. Isso pode ser um pouco optimista, uma vez que a evolução geralmente evitaria alterar uma molécula para a tornar menos eficaz, mas este exemplo prova que é, pelo menos, uma fonte potencial de novos compostos bioactivos.