A SpaceX recuperou esta semana a confiança na emblemática nave Starship, depois de um lançamento e de duas amaragens bem-sucedidas que puseram termo à sequência de falhanços que têm assolado o desenvolvimento desta nave espacial reutilizável em 2025. O Voo 10 da Starship partiu às 19h30 (hora da Costa Leste dos EUA) da base de lançamento Starbase no sul do Texas, a 26 de Agosto, atingindo uma trajectória sub-orbital e amarando em segurança no Oceano Índico pouco mais de uma hora depois.
Os voos anteriores da Starship em 2025 foram marcados por desfechos catastróficos. Nos três primeiros, a nave explodiu em pleno voo, deflagrou no solo e auto-destruiu-se após a SpaceX perder o controlo dos seus propulsores de orientação. Com a aproximação da missão Artemis 3, prevista para 2027, a pressão sobre a SpaceX aumentou; o Voo 10 precisava de correr bem para restaurar a confiança no seu potencial e a empresa conseguiu-o de forma espectacular.
O lançamento do Voo 10 foi adiado duas vezes em relação à janela de inicial de 24 de Agosto, devido ao estado do tempo e a problemas nos sistemas no solo; mas, uma vez resolvidas essas dificuldades, descolou no dia 26.
A separação dos estágios decorreu sem incidentes, com o primeiro propulsor a amarar em segurança poucos minutos depois. A Starship conseguiu alcançar uma trajectória suborbital e lançar os satélites de ensaio que levava a bordo. Isto abre caminho ao lançamento futuro dos satélites operacionais Starlink Gen 3, que vão melhorar de forma significativa a largura de banda e a disponibilidade do serviço de acesso à Internet via satélite.
A SpaceX demonstrou ainda a capacidade de ligar um motor fora da atmosfera terrestre. Tratou-se apenas de um motor, e de forma temporária, mas esta será uma capacidade crucial da Starship caso venha a executar missões mais complexas e prolongadas para a Lua ou Marte.