A Apple estará a dar os primeiros passos no desenvolvimento de interfaces cérebro-computador (BCI) que vão permitir, sobretudo a pessoas com mobilidade reduzida, controlar dispositivos como o iPhone, iPad e o Vision Pro apenas com sinais neurais. Segundo o Wall Street Journal (WSJ), isto será possível com o recurso a um «novo tipo de implante cerebral».
De acordo com o WSJ, a Apple está a colaborar com a Synchron, uma startup de Nova Iorque que conta com participações de Jeff Bezos e Bill Gates, especializada nestas tecnologias. Ao contrário da forma tradicional de interacção com computadores (com teclado e rato), as interfaces cérebro-computador eliminam, como é óbvio, a necessidade de movimentos físicos.
Neste mercado dos implantes para o cérebro, a Neuralink tem o chip N1 (23 x 8 mm) em três pessoas. O conceito da Synchron é diferente do da empresa de Elon Musk: o seu dispositivo, chamado Stentrode (já tem dez utilizadores), tem uma forma semelhante a um stent e é implantado sobre o cérebro e não dentro.
«Esta abordagem evita intervenções cirúrgicas invasivas e, uma vez colocado, o Stentrode lê sinais cerebrais e traduz esses impulsos em comandos para navegação no ecrã e selecção de ícones», explica a empresa, citada pelo WSJ.
O Stentrode é compatível com o sistema Switch Control da Apple, uma funcionalidade de acessibilidade que permite controlar o Mac com dispositivos externos, como joysticks ou botões. Contudo, neste caso, podem ser substituídos pelo próprio implante cerebral.
«A Apple está a ajudar a inaugurar um novo paradigma de interface, onde os sinais cerebrais são reconhecidos formalmente, ao lado do toque, voz e escrita. Com os BCI integrados como forma nativa de entrada nos dispositivos Apple, abre-se um novo mundo de possibilidades para pessoas com paralisia e além», conclui a Synchron.
Lembre-se que, já esta semana, a Valve também anunciou planos para a criação de um implante deste género, direccionado para jogos.