A Nvidia realizou ontem a uma apresentação na CES 2025 para mostrar ao mundo os seus novos produtos. A empresa iniciou a ronda de anúncios das GPU com a nova placa gráfica RTX 5070, que vai custar 549 dólares nos Estados Unidos. Esta placa usa a Inteligência Artificial de várias maneiras para oferecer, de acordo com a Nvidia, o mesmo desempenho da RTX 4090 por um terço do preço. Também permitirá níveis mais elevados de desempenho em portáteis, com uma RTX 5070 para dispositivos móveis a usar metade da energia de uma RTX 4090, igualando-a em desempenho (assumindo que a Nvidia se está a referir a um GPU 4090 para portáteis, embora isso não tenha ficado claro).
O resto da gama da série 50 consiste na RTX 5090 que vai custar 1999 dólares. Esta é a peça central desta geração, com 3400 AI TOPS de desempenho. A RTX 5080 oferece pouco mais de metade do desempenho de IA com 1800 TOPS e vai custar 999 dólares, o mesmo preço da RTX 4080 Super nos EUA. A RTX 5070 Ti vem a seguir, a 749 dólares com 1400 TOPS, e finalmente a RTX 5070 com 1000 TOPS ao preço já mencionado de 549 dólares.
Apesar do anúncio, ainda existem algumas interrogações, principalmente nas GPU abaixo da RTX 5090. A Nvidia forneceu as especificações completas para a GPU topo de gama, mas as contagens de transístores, tamanhos e velocidades da memória não foram fornecidas ou sugeridas para os outros modelos.
A Nvidia também mostrou a “RTX Blackwell” que oferecer 125 TFLOPS de computação gráfica FP32 através dos shaders, o que é 1,5 vezes mais do que o hardware da geração Ada, enquanto o desempenho de IA será 3 vezes maior. Mas isso é para o chip GB202 completo, não para a solução reduzida usada na RTX 5090. No futuro, poderá ser lançada uma RTX 5090 Ti com especificações mais altas ou talvez até uma Titan, ou se não, certamente existe o potencial para a disponibilização de hardware para IA ou centro de dados superior que pode usar um chip GB202 totalmente activado.
No que respeita à memória, até agora, nenhum hardware da série RTX 50 que foi anunciado usa memória para dos módulos GDDR7 padrão de 16 Gb (2 GB). Isto significa que, embora a interface de 512 bits na RTX 5090 permite usar até 32 GB de VRAM, as interfaces de 256 bits nas 5080 e 5070 Ti podem chegar a 16 GB, e a interface de 192 bits na 5070 “apenas” permite 12 GB de VRAM.
Para já, isto é suficiente agora para jogos, mas com o apetite voraz por VRAM que as cargas de trabalho de IA têm, não é será surpreendente ver variantes futuras de cada GPU emparelhados com módulos de memória de 24 Gb (3 GB), o que permite um aumento de 50% na capacidade de VRAM em todos as oferta. Talvez isto faça parte da actualização de meio de ciclo de vida destes GPU no próximo ano.
O que a Nvidia fará com o dobro da computação de IA em todas os seus GPU para jogos? Naturalmente, planeia ter novas funcionalidades e soluções de software que irão tirar proveito dos recursos acrescidos. Com a RTX 5070 a oferecer 1000 TOPS de computação, quase o mesmo desempenho da RTX 4090 (1320 TOPS) a um terço do preço, abrem-se as portas para tarefas mais exigentes.
Um dos casos de uso mais prováveis será a compressão de texturas baseada em IA. Esta tecnologia já foi abordada no passado, e a ideia foi demonstrada a funcionar em hardware da geração anterior… mas não com taxas de actualização do ecrã que fossem atraentes. Em Maio de 2023, a tecnologia Neural Texture Compression (NTC) funcionava a menos de metade da velocidade da compressão padrão, chamada BTC (Block Truncation Coding). Mas, 18 meses depois, com computação de IA mais evoluída e mais treino? É concebível que possamos ter a NTC a funcionar à mesma velocidade da BTC tradicional.
Há apenas um pequeno problema: muitos jogos são títulos multiplataforma que funcionam em consolas com GPU AMD. Quantos jogos vão suportar a nova tecnologia de compressão de textura da Nvidia, se esta exigir mesmo que apenas uma placa gráfica RTX? E se exigir uma placa da série RTX 50, o número será muito menor. Mas a Nvidia tem influência suficiente para mover o mercado de jogos de maneiras que estão fora do alcance da AMD e da Intel.
Também é possível que a Nvidia possa contornar o problema com uma configuração NTC nos drivers ou como parte do DLSS que funcionaria com vários jogos, mesmo que não suportem explicitamente a função.
A Nvidia também apresentou novas tecnologias, que foram mostradas numa demonstração de jogo durante a apresentação. Sob o título “gráficos renderizados neuralmente”, foram mostradas várias novas tecnologias: DLSS 4, RTX Neural Materials, DLSS: CNN, DLSS: Transformer, Text-to-Animation, e a RTX Neural Faces — todas com acompanhadas de ray trace completo.
Além das GPU desktop, a Nvidia também anunciou os nomes dos produtos da linha móvel. Os parceiros da Nvidia vão lançar computadores portáteis com RTX 5090, 5080 5070 Ti e 5070, que chegam em Março 2025. Embora os nomes das GPU para portáteis correspondam aos da gama para desktop, naturalmente o desempenho será significativamente mais baixo.
De acordo com a Nvidia, a GPU portátil RTX 5090 oferece 1850 AI TOPS com um preço que começa nos 2899 dólares. Isto significa que é basicamente igual à RTX 5080 desktop. A 5080 móvel cai para 1350 AI TOPS, ligeiramente menos do que a 5070 Ti desktop. A 5070 Ti móvel terá os mesmos 1000 TOPS da 5070 desktop, e depois a versão base da GPU 5070 para portáteis vai oferecer até 800 AI TOPS.
Como seria de esperar, o resto do evento foi reservado para falar sobre o uso de IA em outras áreas — veículos, medicina, armazéns, robótica, etc.
A Nvidia também mostrou o seu novo “supercomputador de IA” que usa um superchip Grace Blackwell GB10 num mini PC. Chamado de Project Digits, ele pode executar o conjunto completo de software DGX, com 20 núcleos de CPU Grace, 1 PFLOPS de desempenho FP4, 128 GB de memória e um SSD de 4 TB numa solução que deve ser mais acessível e portátil do que os servidores DGX existentes.
Se quiser, pode ver a apresentação completa abaixo.