Na próxima Terça-Feira, vai ser possível ver o resultado de dois anos de investigação partilhada entre o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) e a empresa suíça MobyFly.
O barco eléctrico MBFY10 vai ser mostrado na Marina do Freixo (Porto) a 10 de Setembro, às 15 horas. Este meio de transporte, dedicado a passageiros, ainda é um protótipo, mas o INESC TEC e a MobyFly (que também tiveram a ajuda do Catana Group e da Corvus) já avançam vários dados sobre o seu desempenho.
Desde logo, está prometida uma eficiência de «até 80%» relativamente aos actuais ferries a gasóleo. Além de ser eléctrico, o MBFY10 terá ainda várias características que o tornam mais hidrodinâmico: uma delas é o «sistema de foiling, um dispositivo semelhante a uma asa, instalado na parte inferior do casco da embarcação».
Lembre-se que Portugal já tem em operação uma embarcação 100% eléctrica desde Fevereiro deste ano: o ferryboat Salicórnia (um projecto de cerca de nove milhões de euros), que opera uma rota em Aveiro. Este foi o mesmo o «primeiro ferry eléctrico da Península Ibérica e do Sul da Europa», diz a Câmara de Aveiro.
Já o MBFY10, um modelo mais pequeno, com um formato de lancha rápida/táxiboat, recorre a um «grupo motopropulsor eléctrico aliado a tecnologia de gestão da energia, através de carregamento rápido das baterias e desenvolvimento de módulos de baterias exclusivos», explica Bruno Ferreira, investigador do INESC TEC.
Ricardo Bencatel, cofundador e CTO da MobyFly, diz que o objectivo é «produzir a tecnologia a uma escala industrial e disponibilizá-la aos principais operadores». Criado no âmbito do projecto europeu FLYPASS, financiado pela Islândia, Liechtenstein e Noruega, através dos EEA Grants, o MBFY10 será «produzido como uma linha de pré-série em Portugal e já tem um cliente com um contrato assinado», esclarece a empresa.