Samsung Galaxy S24 Ultra

A Samsung diz que a inteligência artificial é a principal novidade tecnológica dos novos S24. Mas, como vamos ver adiante, a IA é talvez a coisa menos importante destes smartphones.

Por: Pedro Tróia
Tempo de leitura: 6 min
Samsung S24 Ultra
4.4
Avaliação PCGuia
Site da Samsung

‘Inteligência’ e ‘artificial’. Nos dias que correm, estas duas palavras mágicas parecem mover tudo o que diz respeito a produtos tecnológicos. Tudo tem de ter algo relacionado com IA, principalmente os produtos que pertencem aos mercados onde há mais concorrência, como os dos smartphones. Claro que a Samsung não quis perder este “comboio” e chamou ‘smartphones IA’ aos novos S24.

O jogo das diferenças
Na prática, o S24 Ultra, é igual ao S23 Ultra, tanto em dimensões, como em aspecto geral; há apenas três diferenças, mais ou menos subtis: o ecrã deixou de ter uma pequena curvatura dos lados para passar a ser completamente plano; a segunda (que nem se consegue ver) está nas câmaras – no S24, a teleobjectiva tem um sensor de 50 MP, quando no S32 tinha 10 MP; a terceira está no facto de o S24 Ultra ter um chassis em titânio, um pouco mais fino que o do modelo anterior. Nenhuma destas alterações altera substancialmente o aspecto, por isso, à primeira vista, é difícil de distinguir o S24 do S23.

Snapdragon e Exynos
Este novo modelo traz um Snapdragon 8 Gen 3 da Qualcomm, o SoC de eleição nos smartphones topo de gama este ano. No entanto, quem estiver fora dos EUA, Canadá ou China, se optar por um S24 ou S24+, vai ter um Exynos da Samsung. A empresa diz que não usa o Snapdragon em toda a gama, porque há dificuldades de fornecimento devido à popularidade deste CPU e que, em termos de desempenho e de funcionalidades, o Exynos está praticamente ao nível do SoC da Qualcomm. Isto é algo que só poderá ser comprovada com uma comparação directa entre dispositivos com os dois chips.

Todos os modelos do S24 Ultra têm 12 GB de RAM, por isso a diferenciação entre as várias ofertas é feita através do armazenamento, que vai dos 256 GB até 1 TB e não pode ser expandida através cartões de memória.

IA com uma mãozinha da Google
Como digo no início, a Samsung quis que estes fossem os seus primeiros smartphones em que IA tivesse um papel principal. Mas desenvolver e treinar uma IA do zero não é uma coisa que se faça de um dia para o outro. E, mais ainda, se quisermos que a IA não faça muito processamento em data centers através da Internet (por causa da privacidade), o que obriga a um trabalho-extra de desenvolvimento e optimização para a colocar num dispositivo pequeno, como um smartphone. Por isso, a Samsung colaborou com a Google para integrar várias funcionalidades de IA desenvolvidas entre as duas empresas. Entre as claramente feitas pela Google estão as ferramentas de edição de fotografia (como a que apaga objectos e a que os edita) ou o Circle to Search, que permite indicar uma zona de uma imagem em qualquer app, para procurar um objecto através do Google Lens. Depois há funcionalidades de IA desenvolvidas pela Samsung (suspeito de que funcionam com base num modelo desenvolvido pela Google), como o assistente de escrita, o tradutor simultâneo e a transcrição de voz para texto (esta última não está disponível em português).

E as apps duplicadas, Samsung?
Tudo isto oferece um benefício real ou são apenas argumentos para vender mais telefones? Todas as funcionalidades são fáceis de usar, por isso começar a fazê-lo não é complicado, mesmo para quem não perceba muito de tecnologias. Uma das mais úteis no dia-a-dia será a Circle to Search: funciona realmente muito bem e permite encontrar de tudo, sejam produtos para comprar ou a história de uma estátua ou de qualquer outro monumento.

Apesar de todos os avanços no campo do software, um problema que a Samsung ainda não conseguiu resolver foi o da duplicação de apps. Por que é que há mais um browser, uma agenda ou uma loja de aplicações, além das apps que já estão no Android? E o Bixby que partilha os smartphones da Samsung com Google Assistant – mas alguém usa o Bixby?

Novo campeão no Wild Life
O S24 Ultra tem um desempenho adequado ao que promete: na maioria dos testes ficou no top 5, mas bateu todos os outros smartphones com preço acima dos oitocentos euros no teste Wild Life do 3D Mark. A bateria durou cerca de dezanove horas, mais cem minutos que o S23, o que prova que o hardware mais recente também é mais poupado. As fotografias são bastante boas, mesmo em condições de fraca iluminação e o foco é um pouco mais rápido que no S23, mesmo quando se usa a teleobjectiva.


Distribuidor: Samsung

Preço: €1499


Benchmarks

  • Antutu: 1 808 843
  • 3D Mark Wild Life Unlimited: 19 898
  • Geekbench CPU Single: 2264
  • Geekbench CPU Multi: 7054
  • Geekbench GPU: 15053
  • PCMark Work 3.0: 17 884
  • PCMark Bateria: 1180

Ficha Técnica

Processador: Qualcomm Snapdragon 8 Gen 3, 8 núcleos
Memória: 12 GB
Armazenamento: 256 GB
Câmaras: 272 MP (traseira), 12 MP (frontal)
Ecrã: AMOLED LTPO 6,8 polegadas (1440 x 3120)
Bateria: 5000 mAh
Dimensões: 162,3 x 79 x 8,6 mm
Peso: 232 gr

Samsung S24 Ultra
Avaliação PCGuia
4.4
Medições 3.9
Experiência de Utilização 4.8
Qualidade/Preço 4.6
Sou director da PCGuia há alguns anos e gosto de tecnologia em todas as suas formas. Estou neste mundo muito por culpa da minha curiosidade quase insaciável e por ser um fã de ficção científica.
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