Equipa de uma universidade chinesa desenvolveu memória RAM liquida

A nova memória RAM em estado liquido pode levar a avanços na robótica, dispositivos wearable e implantes.

Por: Pedro Tróia
Tempo de leitura: 2 min
Imagem - Microsoft Image Creator

Embora os transístores flexíveis já existam há algum tempo e permitam desenhar dispositivos mais ou menos flexíveis, a construção de memória RAM para estes que também possa ser dobrada ou esticada tem sido um problema mais difícil de resolver. Até agora. Uma equipa da Tsinghua University em Pequim acaba de anunciar o desenvolvimento de um novo tipo de memória RAM liquida, completamente flexível, a que chamou FlexRAM.

A descoberta foi publicada no jornal Advanced Materials. No artigo é explicado que foi usado um tipo de metal líquido baseado em Gálio que está suspenso num biopolímero. Quando é aplicada voltagem, o metal é oxidado ou reduzido, isto permite comutar entre um estado de alta resistência eléctrica para um estado de baixa resistência e vice versa, o que corresponde a um 0 ou a um 1, ou 1 bit de informação. Mesmo quando a corrente eléctrica é desligada, os dados mantêm-se na memória durante 12 horas.

O protótipo de memória anunciado agora, é composto por 8 unidades independentes de 1 bit, que permitem guardar um total de 1 byte de informação. A equipa conseguiu demonstrar que esta unidade pode ser usada em mais de 3500 ciclos de escrita. Mas, para chegar a uma aplicação prática é necessário aumentar este número, porque as memórias RAM actuais permitem milhões de ciclos de escrita e de leitura. A equipa também espera conseguir reduzir as gotas de metal de milímetros para nanómetros, aumentando assim a densidade desta memória.

O desenvolvimento da FlexRAM é um avanço muito grande no mercado da electrónica flexível. No futuro, esta tecnologia pode vir a ser usada em robôs, implantes médicos e dispositivos portáteis completamente flexíveis. A compatibilidade com substratos que possam ser esticados também permite desenvolver algumas tecnologias emergentes.

Embora o desenvolvimento da FlexRAM ainda esteja num estado inicial, esta invenção prova é possível chegar a tecnologias que pensava que eram impossíveis de criar.

Sou director da PCGuia há alguns anos e gosto de tecnologia em todas as suas formas. Estou neste mundo muito por culpa da minha curiosidade quase insaciável e por ser um fã de ficção científica.
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