Com a nova IA da Google basta trautear uma melodia ou escrever um texto para criar um tema musical

Esta experiência da Google integrada no YouTube usa o talento de vários artistas humanos para criar música sintética.

Por: Pedro Tróia
Tempo de leitura: 3 min
An Early Look at the Possibilities as we Experiment with AI and Music

A Google está a testar novas funcionalidades de inteligência artificial generativa para o YouTube que vão permitir aos utilizadores criarem temas musicais através de texto ou do trautear de uma melodia.

Uma destas funcionalidades, chamada Dream Track, já começou a ser distribuída por alguns criadores e foi desenhada para gerar automaticamente temas musicais com um máximo de 30 segundos no estilo de vários artistas. Os artistas em questão aceitaram colaborar com o YouTube no desenvolvimento desta funcionalidade de IA.

O anúncio destas experiências, vem no seguimento das novas regras anunciadas pelo YouTube que vão obrigar a identificar os conteúdos musicais e de vídeo criados através de IA e facilitar a remoção de conteúdos sintéticos que possam violar os direitos das editoras de música.

Segundo o YouTube, a Dream Track já está a ser testada por um grupo restrito de criadores de conteúdos nos Estados Unidos e consegue criar temas musicais aos estilos de: Alec Benjamin, Charlie Puth, Charli XCX, Demi Lovato, John Legend, Papoose, Sia, T-Pain e Troye Sivan.

O objectivo destas funcionalidades é serem utilizadas no serviço YouTube Shorts, que serve para publicar vídeos de curta duração ao estilo do TikTok. A Google também anunciou outra funcionalidade, denominada Dream Screen, que serve para gerar vídeos e fotos para utilização como fundos para conteúdos.

Para além da Dream Track, o YouTube também mostrou outras ferramentas para criar música através de IA sem a necessidade de tocar um único instrumento. No vídeo pode ver-se como se consegue criar uma faixa de saxofone através da combinação do trautear de uma melodia com o texto “solo de saxofone”. Outros vídeos mostram beatbox a ser transformado numa faixa de precursão, canto a ser transformado numa orquestra e acordes tocas no teclado MIDI para criarem um coro. Segundo a Google, os testes desta funcionalidade começam ainda este ano.

Todas estas ferramentas usam o modelo de inteligência artificial Lyria, desenvolvido pela empresa Deepmind que pertence à Google. Segundo uma publicação no blogue da empresa, todos os temas musicais criados com recurso ao Lyria vão incluir uma marca de água SynthID que é inaudível e que é preservada mesmo que a faixa seja alterada. Mesmo que se adicione ruído, que o ficheiro seja convertido para MP3 ou seja acelerado, teoricamente é possivel detectar se o tema musical foi criado com recurso ao Lyria.

Sou director da PCGuia há alguns anos e gosto de tecnologia em todas as suas formas. Estou neste mundo muito por culpa da minha curiosidade quase insaciável e por ser um fã de ficção científica.
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