Os ficheiros duplicados são um desperdício de espaço e uma perda de tempo. Quanto mais ficheiros tivermos de pesquisar, quando procuramos uma determinada fotografia ou documento, mais tempo o processo demora. A remoção dos duplicados deveria ser uma tarefa fácil, especialmente porque há uma série de programas para isso, mas o problema é que alguns são pagos e vai acabar sempre por instalar mais software no PC. Vamos contornar esta situação usando apenas ferramentas disponíveis no Windows e uma folha de cálculo.
1 – Procurar por frase ou palavra, no nome do ficheiro
Pode ser útil fazer uma cópia dos ficheiros antes de efectuar alterações significativas no computador. A forma mais fácil passa por seleccionar um ficheiro ou pasta no ‘Explorador de Ficheiros’ e fazer ‘Ctrl+C’ e ‘Ctrl+V’, para criar uma cópia. Como os ficheiros têm o mesmo nome, o Windows adiciona ‘- Cópia’ no final. Se não alterar o nome do ficheiro, pode procurar por este termo, para ver os repetidos que tem no computador.
Abra uma nova janela do ‘Explorador de Ficheiros’ e certifique-se de que a opção ‘Base’ (na barra lateral) está seleccionada. Clique na caixa ‘Procurar em Base’, escreva nome:~=”- Cópia” e faça ‘Enter’. O Windows irá procurar nomes de ficheiros que contenham esse termo, destacando-os a amarelo. Depois da pesquisa, verifique as localizações, que aparecem na coluna seguinte e procure os originais nessas pastas, para ver quais os ficheiros que quer manter.
Vamos, agora, ver ao detalhe a pesquisa: começamos por restringi-la para procurar apenas a frase especifica (ou seja, ‘- Cópia’) nos nomes dos ficheiros, utilizando a palavra-chave ‘nome’. Se excluirmos isto, o Windows também vai procurar dentro dos ficheiros e listar documentos, folhas de cálculo ou outros ficheiros que incluam essa frase/palavra no corpo do texto – isto aumentaria o número de ficheiros e daria vários resultados irrelevantes. Ao escrever ‘~=’ após os dois pontos, estamos a indicar que a pesquisa deve incluir a frase na totalidade, mas não só. Se excluirmos o til (~), o resultado mostra nomes de ficheiros apenas com essa indicação/frase.
No nosso computador, isto não daria qualquer resultado – é por isso que precisamos do til, para adicionar um grau de incerteza e incluir ficheiros que contenham as palavras que queremos, independentemente das outras que estejam no nome do ficheiro.
Se tivéssemos colocado ‘nome:~< Cópia”’ estaríamos a dizer ao Windows que o ficheiro tem de começar com essa palavra e se, em vez disso, escrevêssemos nome:~>”- Cópia” estaríamos a indicar que tinha de terminar com esse termo.
2 – Guardar as pesquisas
Se quiser fazer esta operação frequentemente para evitar duplicados indesejados, clique com o botão direito do rato na lista de ficheiros e seleccione ‘Guardar pesquisa’. Quando aparecer a caixa ‘Guardar como’, escreva Cópias e clique em ‘Guardar’. Na caixa de endereço do ‘Explorador de Ficheiros’ passa a estar: ‘Nome > Pesquisas > Cópias’. Clique em ‘Pesquisas’ e, depois, arraste o ficheiro ‘Copias’ que acabou de criar para a barra lateral do explorador, para que o possa encontrar facilmente no futuro. Se estiver a utilizar o Windows 11, também pode adicionar a pesquisa ao menu ‘Iniciar’ clicando com o botão direito do rato no ficheiro e em ‘Afixar a Iniciar’.
3 – Criar um ficheiro batch
Nem todos os ficheiros duplicados são fáceis de encontrar, especialmente se não tiverem nomes semelhantes. Neste caso, a melhor opção é comparar os tamanhos em vez dos nomes. Salvo raras excepções, é pouco provável que dois ficheiros com exactamente o mesmo tamanho tenham conteúdos diferentes. Assim, vamos compilar uma lista de nomes e tamanhos de ficheiros e, em seguida, compará-los. Para isso, usamos um ficheiro batch, que adaptamos de um, criado pelo utilizador user6811411 no site Stack Overflow. Abra o Bloco de Notas do Windows e escreva o seguinte: (@For /F “Delims=” %%A in (‘dir /B/S/A-D’) Do @Echo %%~fA, %%~zA) >files.csv
Guarde o ficheiro nos ‘Documentos’ com o nome ‘duplicados.bat’. Abra uma janela do ‘Explorador de Ficheiros’, navegue até à pasta ‘Documentos’, seleccione o ficheiro duplicado e use a combinação de teclas ‘Ctrl+C’. Agora, clique em ‘C:’ na barra lateral e faça ‘Ctrl+V’ para o colar na nova localização. O Windows avisa de que necessitamos de permissão de administração para o guardar; clique em ‘Continuar’. É devido a esta permissão que não conseguimos guardar inicialmente o ficheiro batch directamente no disco ‘C:’.
4 – Decifrar o código
Antes de executarmos o código, vamos explicar como funciona. O símbolo ‘@’, no início, diz ao ficheiro batch para não mostrar o texto que gera no ecrã. Em seguida, utilizamos o comando ‘For’ para iniciar um ciclo de código que continua a ser executado até se esgotarem as possibilidades. O comando ‘dir /B/S/A-D’ diz ao computador para criar um directório (dir) de todos os ficheiros na pasta actual. As próximas operações são:
/B – diz ao computador para tomar nota apenas dos nomes dos ficheiros e não de quaisquer outros detalhes;
/S – permite ver dentro das subpastas;
/A-D – é usado para não incluir os nomes das pastas na lista de resultados.
Assim, o nosso ‘loop’ é um pedaço de código que procura na pasta actual e toma nota do primeiro ficheiro que encontra. De seguida, corre novamente e, se encontrar outro ficheiro, anota também o seu nome. Isto continua até ficarmos sem ficheiros. Sempre que encontrar um ficheiro, passa para a segunda metade da cadeia de código: Do @Echo %%~fA, %%~zA.
Nesta parte do código, o ‘Echo’ indica ao computador que deve escrever o nome e o tamanho do ficheiro. Estes parâmetros são representados por ‘%%~fA’ e ‘%%~zA’, respectivamente. No final está a indicação do nome do ficheiro onde deve guardar toda essa informação – ‘files.csv’.
5 – Executar o ficheiro batch
Para executar o ficheiro batch, primeiro temos de instalar o Windows Terminal a partir da Microsoft Store. Abra a loja da Microsoft através do menu ‘Inciar’, pesquise pelo programa e instale-o. Em seguida, abra o Explorador de Ficheiros e navegue ate à pasta onde quer verificar se existem duplicados. Clique com o botão direito do rato em qualquer espaço em branco e, depois, em ‘Abrir no Terminal’ (no Windows 10, terá de clicar em ‘Ctrl’ ao mesmo tempo do botão direito do rato; no Windows 11, poderá ter de de seleccionar ‘Mostrar mais opções’, depois de carregar com o botão direito do rato).
Na janela que abre, escreva c:\duplicados.bat e faça ‘Enter’ – isto executa o ficheiro batch que criámos.
O computador aparenta estar a fazer nada, mas em segundo plano começa a ver todos os ficheiros na pasta e subpastas, assim como a escrever o nome e tamanho num ficheiro chamado ‘files.csv’. Quando terminar, o cursor mover-se-á para uma nova linha e vamos ter o ficheiro ‘files.csv’ na pasta onde procurámos os duplicados.
6 – Analisar os duplicados
Clique com o botão direito do rato em ‘files.csv’, escolha ‘Abrir com’ e seleccione o programa de folha de cálculo que usa; no nosso caso, o Excel. Os dados podem não ser fáceis de interpretar e, por isso, vai ser necessário fazer alguns ajustes para os conseguirmos analisar.
No Excel, clique em ‘A’ no topo da primeira coluna, depois vá ao separador ‘Dados’ e, na área ‘Ferramentas de Dados’ ,carregue no botão ‘Texto para Colunas’. Em seguida, escolha ‘Delimitado’ > ‘Seguinte’; na próxima janela seleccione a vírgula e depois faça ‘Concluir’. Os dados ficarão separados em duas colunas: a ‘A’ (com os nomes dos ficheiros) e a ‘B’ (mostra os tamanhos dos ficheiros).
Agora, vamos organizá-los por tamanho: escolhas as duas colunas, vá ao menu ‘Base’ e clique em ‘Ordenar e Filtrar’ > ‘Ordenação personalizada’. Na caixa que aparece, seleccione a coluna B, no primeiro menu; e ‘Do Mais Pequeno ao maior’, no terceiro. Depois, na célula C1, escreva =SOMA(B2-B1) e faça ‘Enter’. Isto subtrai o tamanho do ficheiro dessa linha do tamanho do ficheiro na linha acima. Seleccione o pequeno quadrado que existe no lado inferior esquerdo dessa célula e puxe o cursor até à linha em que acabam os dados, para copiar a fórmula. Agora é só procurar os números da coluna C que tenham ‘zero’ e verificá-los, porque há uma grande hipótese de serem duplicados.
